Bancos centrais tentam acalmar mercados com injeção de capital

 Bancos centrais injetaram um grande volume de recursos nos mercados financeiros globais pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira, para tentar conter os efeitos colaterais da crise que afetou grandes companhias de Wall Street.

De Sydney a Frankfurt, as autoridades monetárias despejaram bilhões de dólares em fundos emergenciais para tentar evitar o fechamento dos mercados de crédito, mas mesmo assim o movimento não conseguiu impedir o aumento do custo dos empréstimos interbancários.

O Banco Central Europeu (BCE) colocou 70 bilhões de euros (98,09 bilhões de dólares) no mercado nesta terça, seguindo a injeção de 30 bilhões de euros feita na véspera.

A demanda dos bancos por fundos nesta terça-feira, o que indica como a liquidez de outras fontes está diminuindo, superou os 100 bilhões de euros.

Na Grã-Bretanha, o Banco da Inglaterra injetou 20 bilhões de libras (35,21 bilhões de dólares), depois de ter colocado no mercado 5 bilhões de libras na segunda-feira.

Os bancos centrais na Ásia também entraram em ação. No Japão, Austrália e na Índia, os BCs fizeram fortes injeções de recursos.

Os bancos da região distribuíram cerca de 17 bilhões de dólares, seguindo a injeção de 70 bilhões de dólares do Federal Reserve feita na segunda-feira.

O Banco do Japão colocou no sistema bancário sua maior injeção de capital em quase seis meses –1,5 trilhão de ienes (14,2 bilhões de dólares).

"O Banco do Japão vai monitorar cuidadosamente a situação recente das instituições financeiras dos EUA e seu impacto", afirmou o presidente da instituição, Masaaki Shirakawa, em comunicado.

A expectativa é de que o BC japonês mantenha sua meta para a taxa básica de juro em 0,5 por cento na quarta-feira.

Em contraste, os mercados estão precificando 88 por cento de chances de uma redução de 25 pontos percentuais na taxa básica de juro dos EUA, para 1,75 por cento.

Na Indonésia, o BC reduziu em 200 pontos-básicos, para 10,25 por cento, a taxa de juro cobrada dos bancos que precisam se financiar com a autoridade monetária, para tentar aumentar a liquidez do mercado. A taxa básica de juro foi mantida em 9,25 por cento.

O Banco Central da Índia colocou quase 1,32 bilhão de dólares através de uma operação de refinanceamento, sua maior injeção em cerca de um mês.

Os BCs em Hong Kong, Coréia do Sul, Taiwan e Nova Zelândia ofereceram suporte verbal para os mercados. O mesmo aconteceu em Paris, Berlim e Roma, onde os bancos centrais divulgaram comunicados aifrmando que as instituições financeiras em seus países devem sofrer impacto limitado por conta dos eventos nos Estados Unidos.

Facebook
Twitter
LinkedIn