Empresários se especializam em produto diferenciado para se destacarem no mercado
Os preços dos cafés especiais estão em alta no mundo, pois a procura é maior do que a oferta. Os produtores, especialmente da América Central, não conseguem atender à demanda do mercado. Essa é uma constatação de José Augusto Rizental, diretor da Federação dos Cafeicultores do Cerrado e presidente da Associação Brasileira das Origens Produtoras de Café.
“Faltam cafés de alta qualidade no mundo”, ressalta Rizental. Para ele, é hora de entrar nesse nicho próspero no Brasil e no exterior. O consumo dos cafés especiais cresce 20% ao ano no mundo. O ritmo do mercado interno é o mesmo. Em relação aos cafés comuns, a taxa de crescimento é de 3 % ao ano, tanto no mercado externo quanto interno, segundo dados do setor.
O aumento do poder aquisitivo das classes C e D afetou positivamente o setor. Após dez anos de momentos difíceis, nos últimos seis meses o preço do café está subindo e entusiasma produtores e empresários.
Os grandes eventos esportivos (Copa 2014 e Olimpíada 2016) que vão acontecer no Brasil representam oportunidades de negócios e desenvolvimento para os cafeicultores. “O grande desafio para o setor é a promoção comercial dos cafés especiais e diferenciados do Brasil”, afirma Ênio Queijada, gerente de Agronegócios do Sebrae.
Preço
No Paraná, a saca de café especial custa R$ 500, enquanto o preço do produto comum é R$ 350. Nessa região, composta por 45 municípios, há 7,5 mil cafeicultores. Nas décadas de 60 e 70, o Paraná foi considerado o maior produtor de café do mundo. Hoje, o objetivo não é ser o maior na quantidade. “Queremos ser respeitados como região produtora de bom café”, frisa Luiz Fernando de Andrade Leite, presidente da recém-criada Cooperativa dos Produtores de Cafés Certificados e Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Coocenpp).
O apoio dos projetos do Sebrae e instituições parceiras desenvolvidos na regiões cafeeiras do país é fundamental para o nicho de cafés especiais, de acordo com Rizental e Andrade Leite. “No cerrado mineiro, esse apoio não significa dinheiro, mas consultorias em gestão, planejamento e estratégias”, explica Rizental. “O processo de Indicação Geográfica é complexo e cheio de exigências. Sem participar dos projetos do Sebrae seria muito mais difícil conseguir as certificações”, ressalta Andrade Leite.
Serviço
Cooperativa de Produtores de Cafés Certificados e Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Coocenpp) : (43) 9975-2297
Federação dos Cafeicultores do Cerrado e Presidente da Associação Brasileira das Origens Produtoras de Café : (34) 3842-3447/ (34)8834-1587