Etanol brasileiro intensifica intercâmbio com América Central

A América Central, região dependente da importação de petróleo, está rumando para a diversificação de seu leque energético. O fato se tornou claro após o terceiro painel da Bioenergy Alliance, “A Comunidade Andina e o Caribe – Perspectivas, Oportunidades e Investimentos”. O painel ocorrido na Guatemala foi mais uma contribuição da FMC Agricultural Products para a dinamização do setor sucroalcooleiro. “O ponto de maior destaque sentido na rodada da América Central foi a clara disposição da região em aumentar a produção e o consumo do etanol. Isso caracteriza uma situação de ganho tanto para o Brasil quanto para a América Central”, afirmou Alexandre Strapasson, diretor do departamento de Agroenergia do Ministério da Agricultura do Brasil.

Ele ainda afirma que a cooperação do Brasil nas áreas tecnológica e comercial pode ocorrer de modo substancial, dado o know-how que o país possui. Segundo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura do Brasil, a cooperação entre Brasil e América Central tem ocorrido no último ano em conjunto com os EUA, em virtude dos acordos na área de bioenergia entre os presidentes Luís Inácio Lula da Silva e George W. Bush.

No entanto, falta mais iniciativa por parte dos governos em apoiar o boom de produção e consumo do etanol na América Central. A afirmação é de Salvador Bigura, gerente de novos negócios do Grupo Pantaleón, da Guatemala: “O Brasil já tem colaborado de forma sólida, sobretudo na área tecnológica. Mas é necessário que ocorra um investimento muito maior nas áreas logísticas, de distribuição e comercialização do produto”, afirma Bigura.

O grupo Pantaleón é um dos mais destacados da América Central na produção de etanol. Produz anualmente sete milhões de toneladas de cana, em três usinas, sendo duas na Guatemala e uma na Nicarágua. O grupo está iniciando seus investimentos no Brasil de modo substancial, por meio da compra de uma usina na cidade paulista de Suzanópolis, que fica na divisa entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os investimentos, somente nesta usina, totalizam 100 milhões de dólares.

A unidade de Suzanópolis produzirá cerca de dois milhões e meio de toneladas inicialmente e a meta é que em cinco anos a produção chegue a 20 milhões de toneladas. “Vemos o Brasil como um grande exemplo para o desenvolvimento mais intenso no setor sucroalcooleiro. O Brasil teve um êxito muito grande no programa Pró-álcool, e isso é um exemplo muito bom para os países que estão começando a sua produção de etanol neste momento”, finaliza Bigura.

Facebook
Twitter
LinkedIn