Greve dos Correios: empresas tomam medidas para contornar perdas

A greve dos trabalhadores dos Correios, que começou no início deste mês, só não atrapalhou mais as empresas porque o empresário brasileiro é criativo e sabe contornar as situações. Uma saída que tem sido utilizada é o transporte das correspondências via motoboy.

A empresa de motoboy Express Doc, com sede na Avenida Paulista, um dos principais centros comerciais de São Paulo, já contabiliza aumento de 20% no número diário de corridas, desde que a paralisação começou, segundo informações da gerente Rita de Cássia Pulzi.

Sem prejuízo
A responsável pelas vendas das livrarias virtuais da Editora Aduaneiras e da Editora Lex, Marcia Castelo Marques, conta que, a princípio, a empresa teve dificuldades para fazer a entrega dos livros vendidos por meio da internet. "Mas os clientes estavam cientes da greve dos Correios, por isso não houve reclamação", explica.

Em alguns casos, a entrega foi realizada após o prazo estipulado pela empresa, de cinco dias. Uma saída encontrada foi, no caso das vendas para fora de São Paulo, a indicação pelo cliente de algum contato localizado na capital, para a entrega da encomenda.

Ela explica ainda que a diretoria autorizou que todos os envios fossem feitos via Sedex. O motivo: a maior parte dos funcionários dos Correios em greve faz as entregas do E-Sedex, serviço direcionado para as regiões com maior fluxo de entregas, segundo Marcia. Sendo assim, os trabalhos do Sedex não pararam.

Ela garante que "90% dos pedidos estão sendo entregues". "Outros 10% estão parados ou sendo entregues após o prazo de entrega. Existem ainda alguns casos em que o cliente está retirando o produto na agência dos Correios", afirma. Com relação aos boletos, que antes eram entregues via Correios, eles passaram a ser enviados por e-mail, assim como as notas fiscais. "A greve dificulta um pouco o trabalho das empresas, mas o cliente deve ter paciência, pois estão sendo criadas alternativas".

SCPC está parado
O economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Marcel Solimeo, conta que, por conta da paralisação, muitos consumidores não estão recebendo boletos de cobrança, de maneira que as empresas estão saindo no prejuízo, sem receber o montante a que têm direito.

A demora na entrega das correspondências tem prejudicado a atualização do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), o cadastro de consumidores inadimplentes. O economista explica que, para incluir alguém na lista dos devedores, é necessário enviar notificação por carta. Por mês, são enviadas, em média, 6 milhões de correspondências com este objetivo.

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