O índice Bovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), abriu os negócios de hoje em alta, em linha com os ganhos apresentados nas bolsas européias e a direção positiva apontada pelos índices futuros das Bolsas de Nova York. Às 10h15, o Ibovespa subia 0,98% a 62.759 pontos, na pontuação máxima do dia até este horário.
O assunto do dia na Bolsa paulista continua sendo Petrobras. Por causa do anúncio feito ontem pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre um megacampo de petróleo na área da Bacia de Santos, que poderia atingir 33 bilhões de barris de petróleo, cinco vezes mais que o campo de Tupi, na mesma bacia, e também por causa do preço recorde que o contrato futuro de petróleo tipo WTI atingiu mais cedo, no pregão eletrônico da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), a marca inédita de US$ 113,66 o barril.
Essas duas notícias estão puxando para cima as cotações da petrolíferas no exterior. A maior alta é registrada pelas ações das parceiras da Petrobras no projeto. Na Bolsa de Madri, as ações da espanhola Repsol-YPF, que possui uma participação de 25% no Bloco BM-S-9, conhecido como Carioca ou Pão de Açúcar, saltavam 9,49%, e em Londres, as ações do grupo britânico BG, com uma fatia de 30%, disparavam 5,56%. No Ibovespa, as ações ordinárias (ON) e preferenciais (PN) da Petrobras operavam em direção oposta. Às 10h15, o papel ON da estatal petrolífera caía 0,21% enquanto o papel PN tinha leve alta de 0,04%.
Se ontem, com o mercado ruim, a notícia sobre o tamanho do campo turbinou o pregão, limitando a queda do Ibovespa, hoje que o clima externo é mais favorável e o petróleo é negociado nas máximas as ações da Petrobras têm tudo para continuarem subindo. Porém, não é o que está acontecendo no início da sessão de hoje. Segundo analistas, o fato de a Petrobras não ter confirmado o potencial da área, conhecida como Pão de Açúcar, pode limitar a intensidade dos ganhos e, até mesmo, iniciar um movimento de realização de lucro por parte dos investidores.
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Ontem, as ações PN da Petrobras dispararam 5,63% e as ON subiram 7,68%, levando a Bolsa a fechar com baixa mais contida, de 0,69%.
Por causa das declarações do diretor geral da ANP, Haroldo Lima, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu esclarecimentos à Petrobras por considerar prejudicial ao mercado a divulgação da notícia ontem. Haroldo Lima é esperado hoje para falar na reunião pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, prevista para começar às 10 horas. Além dele, está prevista ainda a presença do diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme de Oliveira Estrella.
Cenário externo
Nos EUA, os índices futuros das Bolsas em Nova York operam em alta, reagindo aos indicadores econômicos americanos já divulgados. Às 10h12, o futuro do S&P 500 subia 0,49% e o futuro do Nasdaq-100 tinha alta de 0,57%.
O índice de preços ao produtor (PPI) nos EUA subiu 1,1% em março ante 0,3% em fevereiro, superando a estimativa dos analistas, que esperavam alta de 0,6%. Mas o que agradou foi o núcleo do índice, que avançou 0,2% em março, de elevação de 0,5% em fevereiro. O núcleo veio em linha com as expectativas.
Também agradou o índice Empire State sobre a atividade no setor de manufatura em Nova York, que voltou para território positivo, ficando em 0,63, depois de apontar -22,23 em março. O número de abril ficou bem melhor do que os -16,8 que os economistas esperavam.
Além disso, o balanço trimestral da fabricante de produtos de saúde Johnson & Johnson superou as estimativas dos analistas. Falta ainda sair os resultados da financeira hipotecária Washington Mutual (WaMu) e o da empresa de tecnologia Intel.