8 de março: CFO de um escritório de advocacia imigratória relata sua trajetória

Leda Oliveira é CFO da AG Immigration, escritório de advocacia imigratória para os EUA, e concedeu entrevista exclusiva para para o Portal Empreendedor neste Dia Internacional da Mulher.

1 – Pode nos contar um pouco da sua trajetória e quais os desafios de empreender?

Eu vim de anos trabalhando como consultora de processos para grandes empresas, com uma
clientela já bastante consolidada. Quando me juntei aos meus sócios na AG Immigration,
percebi que todo conhecimento que acumulei na minha área não bastava para tocar o meu
próprio negócio. Existem coisas que a gente aprende apenas quando cria a nossa própria obra,
quando estamos dentro do jogo e não mais sendo apenas um observador do lado fora.
Os desafios são vários, desde os nossos próprios medos e inseguranças até o próprio mercado
escolhido para empreender. A gente empreende olha o mercado de hoje, mas sem saber como
ele será amanhã. Por outro lado, praticamente tudo na nossa vida é assim: quando a gente era
criança e mudava para uma escola nova, parecia o fim do mundo. Mas com o tempo a gente se
adaptava à nova realidade, fazia novos amiguinhos e tudo terminava bem. É assim na
faculdade, no namoro, no trabalho e, claro, no próprio negócio.

2 – Mesmo alcançando um patamar de mais estabilidade, o que ainda é obstáculo para
empreender?
Eu gosto sempre de dizer que empreender é um processo que nunca acaba, pois conforme a
empresa vai crescendo, novos desafios vão surgindo. Quando sai uma pessoa da equipe, por
exemplo, isso pode te puxar algumas casinhas para trás, porque agora você tem que gastar
energia com recrutamento, treinamento e desenvolvimento do novo funcionário.
Foco é super importante. Não pode deixar que o caos do dia a dia tire de vista as metas que
você traçou para a sua empresa.
Eu sou da área de contabilidade e consultoria, mas teve momentos que eu tive de ser RH ou
analista de pagamento, por exemplo, mexendo em sistemas e desenvolvendo competências
que eram novidades para mim. Às vezes, tenho que contratar um tipo de fornecedor que
nunca contratei antes. E aí, como faz? Por mais que você pesquise, converse e faça a
concorrência, a insegurança sempre fica lá. E como gosto de sempre olhar o copo meio cheio,
creio que esse sentimento de insegurança é bom, pois ajuda o empreendedor a não ficar
excessivamente confiante.

3 – E o fato de ser mulher, atrapalhou o desenvolvimento dos negócios? Por que?
Felizmente, nunca tive nenhum problema que atrapalhasse a minha trajetória empreendedora
e que fosse decorrente do fato de eu ser mulher. Talvez por já ter experiência com negócios,
talvez por ter encontrado sócios maravilhosos, mas por sorte isso nunca me aconteceu.
Contudo, há sim uma dificuldade em conciliar a vida familiar com a vida de empreendedora,
que para algumas mulheres pode ser um impeditivo. Porque ao ter a própria empresa, você
deixa de trabalhar apenas das 9h às 18h e passa a trabalhar 24 horas por dia. Com isso, é natural que as tarefas de empreendedora, mãe, esposa e as nossas próprias necessidades individuais se sobreponham. É pouco tempo para muitas dimensões de uma mesma mulher. E para quem empreende sozinha e é mãe solo, por exemplo, empreender é quase que um ato revolucionário, pois exige muita resiliência, foco e força de vontade.

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