Lei de cotas gera mais de 90% das contratações de pessoas com deficiência

“Não basta empregar, é necessário promover a inclusão e desenvolver uma cultura organizacional apropriada”, aponta especialista da Inclui PcD

Dados de 2022 do IBGE indicam que o nível de ocupação das pessoas com deficiência foi de 26,6%, menos da metade do percentual encontrado para as pessoas sem deficiência (60,7%). Ademais, cerca de 55,0% das pessoas com deficiência que trabalhavam estavam na informalidade, enquanto para as pessoas ocupadas sem deficiência esse percentual foi de 38,7%. Um levantamento da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) com informações do eSocial mostra que a Lei de Cotas gera mais de 90% das contratações de trabalhadores com deficiência. No entanto, a verdadeira inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho precisa ir além da legislação.

Para abordar a inclusão além da Lei de Cotas, por um lado, o profissional com deficiência enfrenta dificuldades em encontrar oportunidade de emprego. Já as empresas precisam promover ambientes inclusivos, igualitários e capazes de reter seus talentos.

Segundo Guilherme Braga (foto em destaque), CEO e fundador da Inclui PcD, maior feira de empregabilidade para pessoas com deficiência, muitas empresas ainda contratam pessoas com deficiência pela obrigatoriedade da lei e perdem a oportunidade de agregar valor ao time e também ao profissional pela sua capacidade. “As contratações tornam-se vazias quando não consideram as necessidades do colaborador e contemplam um plano de crescimento real. Assim, não haverá retenção e a equidade de oportunidades nunca será alcançada. Não basta somente empregar, é necessário promover a inclusão. E, para chegar nesse nível, é fundamental desenvolver a cultura organizacional apropriada.”, explica.

Apesar de haver movimentação para incluir pessoas com deficiência nas empresas, a maioria delas não estão realmente comprometidas com a inclusão, a capacitação e a projeção de carreira a longo prazo dos profissionais. Um levantamento da Talent Group revela que o principal motivo para o estabelecimento de programas de inclusão é a necessidade de seguir a Lei de Cotas, legislação federal de 1991, sobre o tema.

“Uma vez que recursos de acessibilidade e inclusão são fundamentais, as companhias precisam investir em capacitação para o novo contratado, para o time e principalmente às lideranças, que devem ser capazes de gerir times diversos e de compreender a fundo as necessidades de cada membro da equipe.”, complementa o especialista.

Por isso, iniciativas que têm o objetivo de alterar o cenário são essenciais. Uma delas é a Inclui PcD, maior feira gratuita e 100% on-line de empregabilidade para o público com deficiência do mundo. Promovida pela startup de inclusão Egalite, a 5ª Edição da feira acontece nos dias 17 e 18 de setembro com a expectativa de reunir mais de 5 mil vagas em 100 empresas de diversos tamanhos e setores. Companhias e candidatos interessados em participar da Inclui PcD podem se inscrever e cadastrar vagas gratuitamente no site da feira (disponível no link).

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