Olho no olho, compras físicas e reuniões constantes que acabam em um aperto de mão. Essa é uma realidade que fornecedores e estabelecimentos deixaram de lado por causa do isolamento social que o Brasil e o mundo estão vivendo. O mercado B2B é um dos setores que está se adaptando aos novos costumes em busca de alternativas, desde o fornecimento de produtos aos serviços prestados para o público final.
Sem a relação física com representantes comerciais, empresas e instituições mudaram seus hábitos durante a crise. Vender e fechar um negócio comercial ganhou mais dinamismo com a migração para o mundo digital e se tornou uma das alternativas para evitar perdas financeiras.
O e-commerce sentiu os efeitos da pandemia no início, mas depois conseguiu se recuperar. Essa afirmação pode ser comprovada por meio de uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) com a Konduto, especializada em risco e em prevenção à fraude no e-commerce e pagamentos digitais. O estudo foi feito em três períodos: Quinzena 1 (1º a 14 de março), Quinzena 2 (15 a 28 de março) e Quinzena 3 (29 de março a 8 de abril). As lojas online sentiram queda de 19,24% na segunda quinzena de março em relação à primeira, antes da determinação do isolamento social. O ticket médio, contudo, oscilou 5,44%, passando de R$ 417,82 para R$ 440,54.
No fim do mês o comércio eletrônico nacional já dava sinais de recuperação, retomando as vendas na maioria das categorias. No total, houve aumento de 28,83% da segunda para a terceira quinzena de análise – o tíquete médio não teve alteração significativa e fechou em R$ 441,04.
O setor varejista tem identificado uma mudança significativa no perfil de compra e nos canais utilizados pelos usuários. Em resposta, precisam se atentar a esse fato e criar alternativas para atender essa demanda. “É importante que os lojistas apostem no relacionamento com o cliente e ofereçam serviços personalizados e humanizados para se destacar perante a concorrência. Nesse momento em que estamos vivendo, isso fará toda a diferença para o setor. Já se observa uma mudança de postura desses empreendedores, mas ainda há muitas empresas que não possuem um serviço de entrega ou uma plataforma para contato com os clientes na internet, por exemplo. Por isso, há muito caminho a percorrer”, afirma Israel Nacaxe, COO da Propz.
Por se tratar de um atendimento totalmente focado nos canais remotos, sejam eles sites, telefone, e-mail, chats ou aplicativos de conversa, a integração desses canais é essencial para garantir uma melhor experiência de compra, também no ambiente online. Especializada em tecnologia para atendimento omnichannel online, a NeoAssist sentiu um crescimento de mais de 60% na procura por suas ferramentas, entre supermercadistas, varejistas, empresas de logística, entre outros. “Como única maneira de contato com seu parceiro, ressalta-se a importância de integrar canais de contato e possuir o histórico de ações e os dados, a fim de garantir um atendimento eficaz e assertivo, tendo em mente que é a experiência que cada comprador terá em seu site, desde o primeiro contato, que o fará optar pela sua marca ou não. E, quando a satisfação é positiva, o caminho para fidelizá-lo se torna muito mais curto e eficaz”, lembra o CEO, Albert Deweik.
Entre os setores atingidos pelas mudanças de comportamento está o da saúde. Exemplo disso é a Suprevida, ecossistema Plug&Play que conecta consumidores, profissionais, fornecedores de produtos para a saúde e informação. A empresa que já é conhecida por facilitar a vida de quem precisa de cuidados em domicílio, nasceu do B2C com o objetivo inicial de atender o consumidor final mas, enxergou com a crescente demanda de pedidos e procura por produtos médicos para hospitais, casas de repousos e outros estabelecimentos, uma oportunidade de atender e aumentar esse nicho.
“O mundo do comércio, mais do que nunca, passa por um alinhamento cultural com a venda e compra de produtos. Com a Suprevida não está sendo diferente, nosso foco sempre foi no consumidor que está em casa precisando de cuidados e que historicamente representavam em torno de 80% das transações na plataforma e em abril com o crescimento das transações B2B em abril representaram 28,6% das transações. A crise mundial nos mostrou que o cenário está mudando de maneira acelerada e que o universo B2B, que atualmente representa 71,4% do faturamento, é promissor e precisa se reinventar a cada dia”, explica Rodrigo Correia da Silva, CEO da Suprevida.