Em cada 10 empregos hoje no Brasil, 7 são gerados pelos estabelecimentos comerciais de pequeno porte, responsáveis por 99% das empresas em todo o país. Amanhã, dia 5 de outubro, é comemorado o Dia Nacional do Empreendedor. Essa
mesma data marca os 30 anos do portal e da revista digital Empreendedor.
As micro e pequenas empresas, que formam a grande rede da economia brasileira, comandadas por 52 milhões de empreendedores, devem fechar este ano com faturamento total de R$ 500 bilhões, o equivalente a 30% do PIB brasileiro, ou seja, um percentual expressivo de tudo o que é produzido no pais.
Essas pequenas empresas desempenham um papel fundamental para manter ativos a grande maioria dos negócios em todo o país. Contribuem para a geração de empregos, estimulam a inovação, promovem o empreendedorismo e impulsionam todo o crescimento econômico.
A perspectiva futura é ainda melhor, segundo um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ( Sebrae). No momento, outros 56 milhões de brasileiro pensam ou já estão em processo para abrir uma nova empresa.
Ainda segundo o Sebrae, a partir de dados da Receita Federal, mostra que os últimos trimestres desse ano e do ano passado tem mantido um saldo positivo em torno 1 milhão de novos empregos, entre Micro Empreendedores Individuais (MEI) e Empresas de Pequeno Porte, o que representa em média 70% dos empregos formais.
Para registrar o quanto as MPEs contribuem para a economia do Brasil, com cerca de 22 milhões de pequenos negócios, elas respondem por cerca de 99% de todas as empresas que existem no país e com 55% dos empregos com carteira assinada.
O presidente do Sebrae, Décio Lima, destaca que os micro e pequenos negócios têm sido fundamental ao longo dos últimos anos para manter a economia brasileira ativa. “As micro e pequenas empresas são as primeiras a reagir em momentos de crises. Graças a elas que o país consegue recuperar de forma rápida a geração de empregos e renda. Os pequenos negócios têm respondido por aproximadamente 7 em cada 10 empregos gerados”, constata.
GERAÇÃO DE EMPREGOS
As pequenas empresas desempenham um papel vital na geração de empregos. Hoje, a cada 10 novos empregos, 7 são gerados pelos pequenos estabelecimentos comerciais. Esses novos negócios estão diretamente relacionados com as famílias brasileiras. Inúmeros lares contam com o sustento proporcionado por esses negócios. Os próprios empreendedores também dependem dessa atividade para prover o sustento de suas famílias.
A diferença entre grandes e pequenas empresas, reside na maioria das vezes, na abordagem mais flexível e ágil na contratação que as MPEs costumam adotar. Isso possibilita a inclusão de uma variedade maior de talentos e habilidades, criando um ambiente de trabalho mais dinâmico e adaptável.
Dentre todos os segmentos da economia, as atividades das micro e pequenas empresas estão mais concentradas nos serviços que respondem por mais de 70% do PIB nacional. Na área de serviços os maiores números de estabelecimentos comerciais estão ligados aos executados por médicos e profissionais de odontologia, serviços de escritórios e apoio administrativo e restaurantes e estabelecimentos de alimentação e bebidas.
MAIS OPORTUNIDADES
O pequeno negócio traz mais oportunidades para a entrada no mundo do empreendedorismo, devido ao menor risco financeiro, possibilidade de aprendizado prático e facilidade para abertura. Iniciar um pequeno negócio geralmente requer um investimento inicial menor, o que torna o empreendedorismo mais acessível para muitas pessoas.
Além disso, os proprietários de pequenos negócios têm mais controle sobre as operações e decisões, com a capacidade de implementar mudanças rapidamente, sem a burocracia que geralmente existiria em empresas maiores, e conseguem vivenciar e aprender na prática sobre todos os aspectos do empreendedorismo, desde finanças, até gestão de equipe e atendimento aocliente.
O principal fator de diferenciação entre ME, EPP,MEI , está relacionado ao faturamento do negócio e no número de funcionários que possuem.
As Microempresas podem ter uma receita anual de até R$ 360 mil, as Empresas de Pequeno Porte acima de R$ 360 mil e menor/igual a R$ 4,8 milhões, enquanto os Microempreendedores Individuais podem faturar até R$ 81 mil, com a contratação de apenas um colaborador. Uma empresa de médio a grande porte é aquela cujo faturamento não é limitado. Normalmente a receita bruta anual
dessas empresas é superior a R$ 4,8 milhões.
ATUAÇÃO MUNICIPAL
As micro e pequenas empresas estão espalhadas em todos os municípios brasileiros, até mesmo nas localidades de menor número de habitantes. Além de oferecer diferentes produtos e serviços, as pequenas empresas dessas localidades são as maiores responsáveis pela geração de empregos e renda.
O diretor técnico do Sebrae nacional, Bruno Quick, aponta a formalização dos empreendedores individuais, os chamados MEIs, além da aplicação em todos os municípios brasileiros da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas como fator decisivo para o crescimento e a estabilidades das cidades do país. “A formalização e a aplicação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas são formas concretas
de oportunizar mais a geração de emprego e renda em todos os recantos deste país”, sustenta Bruno Quick.
OS OBSTÁCULOS
Embora com um crescente número de novos empreendedores que entram no mercado a cada ano, as dificuldades para empreender no país ainda persistem. Entre elas está a falta de crédito, inacessível para os pequenos comerciantes devido às exigências de garantias de bens ou fiador.
Outra dificuldade para os pequenos empreendedores está na falta de gestão, de preparo para administrar, o que compromete a saúde financeira dos negócios.
A busca do mercado externo é outra dificuldade que encontram os pequenos empreendedores no pais. Ao contrário de outros países, cujas
exportações dos pequenos estabelecimentos comerciais alcançam até 60% do mercado exportador, no Brasil esse percentual não alcança 2%.