Dia Internacional da Mulher: empreendedora inspira com negócio inclusivo

Mariana empreendedora

Mariana Malveira é apaixonada por viagens, empreendedorismo e tecnologia. Combinando a formação em Design e a experiência com negócios e gestão, fundou a DeÔnibus, um dos principais marketplaces de passagens rodoviárias do Brasil.

 

Nessa jornada há 10 anos, Mariana Malveira juntou-se ao irmão para tornar a experiência do viajante rodoviário única e gerando impacto positivo no mercado brasileiro de mobilidade. Mariana é inspiração para mulheres que sonham em empreender. “No início da empresa, quando o time era formado basicamente pelos fundadores e não tínhamos investimento para contratações, foi um grande desafio fazer acontecer em temas diversos fora de nossas formações e especializações. As áreas ligadas ao jurídico, contábil, comunicação, departamento pessoal, gestão de pessoas são algumas que enfrentamos dificuldades. É necessário aprender pelo menos o básico das diversas frentes que compõem o seu negócio para fazê-lo andar. Com o crescimento da empresa e do time, fica possível trazer pessoas das áreas específicas e evoluir cada frente da melhor maneira possível”, conta ela.

Para ela é um grande desafio manter o equilíbrio entre se adaptar rapidamente às mudanças que acontecem no mercado, mundo e empresa e se transformar constantemente para ser agente de outras mudanças como empreendedor(a), a fim de levar o negócio a um novo nível de amadurecimento e impacto. “Cada fase da sua empresa conta com novos obstáculos grandes. É uma dinâmica que exige aprendizado rápido e constante, busca por autoconhecimento, evolução e muita gestão de pessoas”, diz.

Montar uma cultura forte e de impacto

O momento de olhar para o fortalecimento da cultura chegou após uma grande crise e foi virada de chave para a DeÔnibus. “Uma vez que o time precisou ser formado para além dos fundadores, foi natural para nós pensar em trazer profissionais com competências técnicas específicas. Com o tempo, gestão de pessoas e experiência, entendemos que uma cultura organizacional forte, de impacto, alinhada ao nosso propósito e com gente que compartilha dos mesmos valores e princípios, além da especialização, seria essencial para o crescimento e desenvolvimento da empresa e de cada indivíduo. A crise nos fez revisitar propósito, missão, valores e orientar a empresa e as pessoas como base de um negócio sólido”, conta Mariana.

Ela diz que um grande desafio durante a jornada empreendedora foi conseguir equilibrar os aspectos pessoais com o trabalho de construção e gestão da empresa. Por muito tempo tudo se misturava e trabalho era praticamente o único aspecto olhado. “Existe um ditado famoso ‘trabalhe enquanto eles dormem’ que aumenta ainda mais a pressão de que não se pode parar. O fato de que a empresa depende de quem empreende para dar seus primeiros passos, torna a jornada dura, solitária e se não houver cuidado a conta não fecha. Afinal,  é preciso saúde física e mental para seguir, assim como também é preciso estar vivo e saudável para seguir.”

Ainda em um patamar de estabilidade, a burocracia, poucos incentivos, acesso a capital e a carga tributária ainda são grandes as adversidades. A empreendedora diz que além da burocracia na abertura de empresas em si, cada novo estágio conta com obstáculos e complexidades novas. “É um constante desafio garantir que tudo está sendo feito da melhor maneira possível a fim de sustentar um negócio no Brasil. Além disso, vejo que falta incentivo para empreendedores, tanto no pontapé inicial quanto no decorrer da jornada, é um grande fator de desistência no caminho.”

Para Mariana, o fato de ser mulher não atrapalhou o desenvolvimento do negócio, pelo contrário. “O fato de ser mulher me permitiu encarar os desafios de uma sociedade sexista e de uma classe empreendedora e tecnológica majoritariamente masculina e direcionar o negócio e as relações construídas a partir dele para chegarmos mais perto da equidade de gênero no mercado de trabalho e nas soluções para clientes e parceiros. Além do constante trabalho para construir um negócio inclusivo – que ainda tem um longo caminho -, evidenciamos na prática como a diversidade traz diferentes perspectivas, pluralidade, criatividade e equilíbrio para seguir com nossa missão e cumprir com nosso propósito.”, conclui.

 

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