Em tempos de pandemia, é preciso reinventar-se

* por Luiz Fernando Gerber

Empreender no Brasil não é fácil, todos sabemos, e em tempos de pandemia a iniciativa pode parecer pouco atraente.  Alguém disse, com razão, que durante as crises as cartas são embaralhadas e redistribuídas. Mas,  apesar das dificuldades, vivemos em  um país de dimensões continentais,  com  214 milhões de habitantes, que nos oferece um  potencial incrível para novos negócios. No setor de tecnologia, em especial, se você desenvolver  uma  solução escalável, que  atenda com excelência, de forma simples e fácil,  a necessidade de um público expressivo,  as suas  chances de sucesso serão grandes.

Foi com esse pensamento, após cancelarmos o lançamento de um projeto promissor voltado para o varejo físico, devido à COVID19,   que decidimos criar o Finpli, um aplicativo de trocas de produtos entre pessoas sem a  necessidade de dinheiro envolvido.

Cancelar um projeto prestes a ser lançado foi uma decisão difícil de ser tomada, mas hoje temos a convicção que acertamos. Tínhamos pouco tempo para nos reinventar e pensar em outra solução. Sabíamos que, com a crise financeira causada pela pandemia, novas oportunidades poderiam surgir.

A troca de produtos sem envolver dinheiro é uma prática realizada há séculos, conhecida por escambo, porém, com a tecnologia embarcada nos Smartphones hoje em dia, o processo de encontrar e gerar novas oportunidades de  negócios nessa modalidade tornou-se muito mais fácil.

Em uma  conversa informal com meu sócio, Marcelo Kume, ele comentou sobre um relógio que tinha anunciado em um site de vendas conhecido, e surgiram mais propostas de pessoas oferecendo trocas por outros produtos do que interessados na compra. Depois de algum tempo dessa conversa, eu estava em um restaurante almoçando, com a cabeça a mil, preocupado com a pandemia e ainda tentando absorver o fato de termos suspendido um projeto que estava prestes a ser lançado. Então ouvi duas mulheres conversando sobre trocar um carrinho de bebê por uma SmartTV. Lembrei da conversa que tive com o Marcelo, em que ele me contou sobre as propostas de troca que recebeu no seu relógio. Foi ali que a ideia inicial do Finpli surgiu.  Contei a história para ele,  e ele me deu a boa notícia: era possível criar um aplicativo para reproduzir em grande escala o que aquelas duas amigas estavam fazendo no restaurante.

O Marcelo  tem um know-how de cerca de 20 anos no mercado de desenvolvimento web e é responsável por toda a tecnologia do Finpli. Começamos a estudar o mercado e o comportamento do público que busca por negócios à base de trocas, e identificamos a carência de uma plataforma específica para essa modalidade de negócio. Trocamos algumas ideias e chegamos no formato atual.  Desenvolvemos o Finpli para ser gratuito,  fácil de usar, e nos inspiramos em aplicativos de relacionamento para criar nossa ferramenta de busca por proximidade, pois  descobrimos que grande parte das pessoas que realizam trocas dão preferência por opções mais próximas. Custos de transporte podem inviabilizar trocas quando os  produtos envolvidos têm baixo valor.

Aos 35 anos de idade comecei a empreender. O projeto do Flinpi está indo bem, muito acima das nossas expectativas planejadas desde o começo. Criamos um plano de negócios, estamos cumprindo à risca e, por isso, o sucesso está sendo alcançado. Não temos pressa em começar a monetizar o aplicativo, mesmo com algumas sondagens em curso. Nossa preocupação agora é aprimorar a experiência para, em 2022, promovê-lo em novas regiões do país.

A capacidade de nos reinventar em tão pouco tempo foi determinante para o sucesso do Finpli. A crise sanitária, que tinha atrapalhado nossos planos com o projeto anterior, nos revelou uma ótima oportunidade, pois o mercado de trocas tende a crescer em momentos de crise econômica.

Empreender é estar atento a novas oportunidades e também disposto a correr riscos.  Sua vida vira uma roda gigante diária de emoções, em que a adrenalina vira combustível para realizar o sonho. Há muitas decepções, muitas alegrias, mas também algumas frustrações. O mercado de Startups é dinâmico e de alto risco porém, quanto maior o risco, maior é o retorno.  Se temos competência e tecnologia para desenvolver, preferimos arriscar do que nos arrependermos no futuro por não termos tentado.

Competência é outro fator fundamental para o sucesso. Não queira fazer algo que você não domina. Foque no que você é bom. O Marcelo tem formação na área de TI e eu, em Marketing,  duas áreas imprescindíveis para uma Startup de tecnologia. Mas, independente do setor que você pretende empreender, pesquise o mercado, estude o seu público-alvo e descubra quais são as necessidades do segmento. Quando for testar o seu produto ou serviço, busque críticas e não elogios. Seja o seu maior crítico. Encare o seu empreendimento sob a ótica do consumidor e as chances de errar serão menores.  Se você decidir entrar em um mercado novo ou que pouco conhece,  estude o tempo que precisar. Hoje é possível ter acesso a muito conteúdo na Internet. Portanto, estude! Prepare-se para passar noites sem dormir e tenha calma nos momentos turbulentos. Eles virão e não serão poucos. Quando estiver desmotivado, pense em como o seu projeto pode melhorar a vida das pessoas. Isso lhe dará um ânimo extra. Por fim, apaixone-se pelo processo. Quando há paixão pelo que se faz, os obstáculos acabam servindo como motivação para alcançar o seu objetivo.

*Luiz Fernando Gerber, CEO do Finpli, aplicativo que facilita a troca de produtos entre pessoas

Sobre o Finpli

Fundado em 2021, o Finpli é um aplicativo que facilita a troca de produtos entre pessoas pela sua proximidade, usando sistema de geolocalização. Criado para atender a alta demanda de pessoas que desejam trocar produtos e serviços, em vez de vendê-los. O conceito da empresa é “experimente o Finpli, quem sabe você encontra alguém que tem o que você quer e aceita trocar por algo que você não usa mais”. No Finpli as pessoas podem trocar de tudo. O aplicativo ajuda as pessoas a encontrar as melhores oportunidades entre produtos e serviços.

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