Fui da CLT para o empreendedorismo

Em dezembro, sentei pela primeira vez com o meu sócio e o convidei a criar algo novo para a área de saúde. Rabiscamos em um papel de pão o conceito do negócio. Queríamos que o acesso a saúde de qualidade estivesse nas mãos de cada pessoa do nosso país. Mergulhei de cabeça no projeto e em maio de 2016 nascia a Vittude.

Empreender não é fácil. Pensando em Brasil, tomar a decisão de fundar uma empresa talvez seja uma das escolhas mais arriscadas que alguém pode fazer. Abrir uma empresa em um setor desconhecido na época mais parecia loucura do que uma decisão sensata, ainda mais para uma engenheira civil de formação.

Até 2015, nunca tinha me envolvido com empresas de tecnologia e mercado de saúde. Mas havia dentro de mim uma inquietação grande demais para ser ignorada. Nasci e cresci em Corumbá, interior do MS. Ao ver meus pais envelhecendo, tive medo de que adoecessem. Lá, não há hospital de referência. Ao longo da última década, observei minha mãe se deslocar 430 km para ir ao oftalmologista e meu pai receber um diagnóstico de câncer.

E agora? O que eu faço? Costumo dizer que, por uma ação do destino, fui demitida na mesma época.

Foi aí que percebi que a tecnologia poderia ser útil. O que senti falta, na ocasião, foi a possibilidade de receber orientações médicas por telefone, e-mail ou video call. Quanto dinheiro gasto com deslocamento e quanta angústia vivida poderiam ser poupados?

Faço terapia desde 2012, tive uma grande dificuldade para encontrar meu primeiro psicólogo e mais ainda construir um vínculo com um. Dessa experiência nasceu a ideia de criar uma plataforma para conectar pessoas que querem fazer terapia.

Sabia que a jornada que vinha pela frente não seria fácil, mas que havia um prêmio para os persistentes. Hoje, há quem jure de pé junto que sou psicóloga. O mais valioso até hoje? Com certeza o aprendizado. Esses três anos valeram muito mais que qualquer MBA.

Facebook
Twitter
LinkedIn