Instituto Maratona completa uma década de empreendedorismo cultural

Com 10 anos de atuação, Instituto Maratona Cultural já viabilizou a apresentação de mais de 3 mil artistas e contemplou quase um milhão de pessoas com a suas atividades.

Basta olhar para as agendas culturais do Brasil afora para se ter uma certeza: o mercado de eventos está cada vez mais ativo, sejam eles culturais ou corporativos. De acordo com a ABRAPE – Associação Brasileira de Promotores de Eventos, este setor representa 4,65% do PIB nacional. Em Santa Catarina, a Economia da Cultura e da Indústria Criativa coloca o estado em terceiro lugar no ranking do setor no Brasil, considerando o PIB, e ainda é o 4º que mais gera vagas de emprego em todo país, de acordo com dados do Itaú Cultural e apresentados pelo Governo do Estado.

Porém, bem antes a esse “boom” do setor, e cientes da importância da cultura para uma sociedade mais democrática, o Instituto Maratona Cultural tem atuado como ativo propulsor do setor em Santa Catarina. Em 2011, trouxe para a capital catarinense, a 1ª edição da Maratona Cultural, propondo ao público da cidade uma experiência inédita e democrática para conhecer e acessar os produtos culturais de forma gratuita. “A Maratona Cultural é resultado do meu trabalho de conclusão de curso em Artes Cênicas pela UDESC e teve como inspiração a Virada Cultural de São Paulo e o Nuit Blanc, tradicional evento cultural realizado na França e que, através das diversas manifestações culturais, pudesse dar destaque para a produção de artistas do estado”, destaca Paula Borges (foto), presidente do Instituto Maratona Cultural.

O Instituto Maratona Cultural tem atuado para desenvolver projetos disruptivos e que permitam o acesso ao público às diferentes formas de cultura, seja através da música, teatro, contação de histórias e, cada vez mais, associados à tecnologia. “Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, diz que a cidade não é melhor quando se é rica, mas quando seu povo é mais feliz”. Nós acreditamos nisso, no poder transformador da arte, da cultura e da educação, nossos projetos tem a premissa de conectar pessoas”, destaca Paula.

Nestes mais de 10 anos de atuação, o Instituto já realizou eventos icônicos como 9 edições da Maratona Cultural de Florianópolis e que reuniu, ao todo, mais de 3 mil artistas de todo o Brasil e um público superior a 900 mil pessoas que desfrutaram da programação qualificada e gratuita; A Orquestra de Baterias de Florianópolis, considerada a maior das Américas e que no último mês de agosto teve sua 10ª edição; o projeto “Circuito Cultural”, que transformou um contêiner marítimo em um centro cultural móvel, levando arte e cultura para cidades desprovidas de equipamentos culturais; O Museus Virtuais, que há mais de 10 anos recebe alunos das escolas publicas, além do publico em geral, para uma visitação guiada por museus e espaços culturais do mundo; e o Festival das Luzes, que faz uso da tecnologia, para resgatar a história e a cultura, em um grande show de projeções mapeadas e apresentação de drones. Aliás, para quem está na expectativa, uma nova edição do Festival de Luzes de Florianópolis está programado para o primeiro semestre de 2024.

Relevância econômica
Grande parte dos projetos realizados pelo Instituto Maratona Cultural são viabilizados através das Leis de Incentivo à Cultura. Atualmente, é possível fazer uso dessas Leis na esfera municipal, na qual os pagadores de IPTU e ISS podem aportar parte dos seus tributos em projetos culturais realizados em Florianópolis. Já a Lei Federal, a Rouanet, permite que 4% do Imposto de Renda de empresas seja revertido para projetos culturais. Para complementar o leque de opções, mais recentemente, o Programa de Incentivo à Cultura de Santa Catarina, chamado de PIC, destina parte do ICMS de empresas catarinenses para projetos de cultura. Vale destacar, que em termos federais, somente 0,64% do total de renúncia fiscal no Brasil vai para a cultura. Os outros 99,36% são isenções em outras áreas.

De acordo com a empreendedora cultural, é preciso mudar o mindset e entender que cultura é uma indústria limpa, de conhecimento, apontada por especialistas como um dos caminhos para o futuro da economia. “A indústria criativa é geradora de recursos e renda e movimenta mais recursos e mão de obra do que a indústria automobilística, indústria têxtil e a farmacêutica. Mais do que números expressivos, ela fomenta e desenvolve educação e bem estar social”, explica.

Neste cenário cada vez mais promissor e no ano que completa 10 anos de ativa atuação na cena cultural catarinense, o Instituto Maratona Cultural, que nasceu deu projeto acadêmico, tem muito a comemorar pela efetiva contribuição à cena cultural, bem como um longo e exitoso caminho pela frente. “Queremos ver teatros lotados, música na rua, crianças, jovens e idosos encontrando na arte um propósito de vida. Acreditamos no poder transformador da cultura e que ela é uma importantíssima arma contra todo tipo de violência”. Finaliza Paula Borges.

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