Na pandemia, quem é o mais mascarado desde o início até hoje 

Edmundo foi um jogador de futebol brilhante, um craque, mas um “mascarado”. Começou no Vasco e passou pelo Palmeiras, Flamengo, Corinthians, Santos, Figueirense e jogou também no Fiorentina da Itália. Recebeu do radicalista Osmar Santos o apelido de “animal”, numa mistura de bom jogador, com irresponsabilidade e inconsequência. Em 1994, no Palmeiras, num jogo contra o São Paulo, deu um soco no lateral André e provocou uma briga generalizada em campo. No mesmo ano, no Equador, contra o El Nacional, deu outro soco  num repórter e chutou aparelhos de televisão. Ficou seis dias preso no hotel, naquele país. No ano seguinte, ao dirigir o seu jeep Cherokee, às três da manhã, bateu contra um Fiat Uno, numa pista da Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul do Rio, e três pessoas morreram ali. Uma no seu carro e duas no Fiat. Foi processado, ficou com uma cicatriz na testa de 2,5 cm que carrega até hoje, além da eterna pecha de “mascarado”.

Edmundo está no rol dos mascarados sem nunca ter usado uma máscara na época que jogava bola.  Mas tem quem usa máscara e é querido por todos. Quem não sonhou em ver na sua frente ou na tela de cinema o Zorro. Esse personagem da ficção, criado pelo escritor americano  Johnston McCulley ,em 1919,  ganhou uma série de revistas, livros,  seriados na televisão e roteiros de filmes. Ele ficou conhecido no mundo inteiro.  De origem de uma palavra espanhola, Zorro significa raposa. É amado e admirado por estar sempre de alerta, vigilante, para defender os pobres e os povos indígenas contra funcionários corruptos e outros vilões. O seu traje típico sempre foi todo preto, que inclui uma capa, um chapéu conhecido como sobreiro e no rosto sempre, também toda preta, a máscara, a máscara do Zorro.

A grande festa dos mascarados em todo o mundo é durante o Carnaval, desde sua origem.  Já em Veneza, no distante ano de 1094, a nobreza italiana  se cobria com uma máscara para sair com o povo pelas ruas. No Brasil, desde que foi erguido o primeiro rancho carnavalesco no Rio de Janeiro , em 1723, a alegria ganha mais ritmo e brilho com uma máscara colorida ao redor dos olhos ou cobrindo parte do rosto.

Assim, pela pandemia, sem vacina disponível para toda a população com a rapidez necessária e vital, usar uma máscara para evitar a contágio e a propagação do vírus, poderia ser um ato natural, normal no dia a dia, como ocorre na grande maioria dos países. Mas no Brasil não. Aqui usar ou não usar máscara  virou um ato político.

O próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, na cidade de Jucurutu, no Rio Grande do Norte, ao ver uma menina subir no palco para prestar uma homenagem a ele, pediu para ela retirar a máscara. A menina obedeceu e ganhou um abraço de Bolsonaro, sem máscara. Numa outra cidade, em Pau dos Ferros, no mesmo dia e no mesmo estado do Rio Grande do Norte, o presidente da República chamou para o palco um dos poucos meninos que usava máscara.  Bolsonaro colocou o menino no seu colo e retirou a máscara do rosto dele.

No momento, ninguém mais merece o título de o “mascarado” do que o atual presidente da República. O radialista Osmar Santos, assim como fez com o jogador Edmundo, definira esse ato do presidente como “animal”, também numa mistura de irresponsabilidade e inconsequência.

 

 

 

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