Criar as metas para o ano de que inicia, dividir as metas com a equipe, criar o ambiente em
que todos compreendam a direção em que a empresa está indo, esse é o caminho ideal para o
inicio do ano.
Existem algumas técnicas que guiam a criação de metas, eu gosto da SMART, que nada mais é
do que um conjunto de características que ajudam na concretização da meta. Por exemplo,
uma meta que não seja realista, não é uma boa meta, pois dificulta o sucesso, a medida aqui é
seguinte: caso a meta seja faturar um milhão de reais por mês, mas hoje eu faturo duzentos
mil reais, seria mais realista eu colocar uma meta de trezentos ou quatrocentos mil reais por
mês.
Então essa técnica diz que a meta boa é aquela meta que é específica, mensurável, atribuível,
realista e temporal. Agora, será que vale a pena iniciar o ano com novas metas, sem que eu
tenha feito o básico?
E o que é o básico, na perspectiva jurídica, numa empresa? Eu costumo elencar 3 pontos, o
registro de marca, a relação entre a empresa e a equipe, e, por último, a relação entre os
sócios.
Eu sei que o empresário tem muitos básicos para fazer, tem os básicos do marketing, os
básicos do comercial, os básicos do financeiro. Agora, todos esses setores terão que trabalhar
dobrado – e ninguém trabalha dobrado de graça – para refazer o branding da marca, criar
novamente a relação com seu cliente, até lá ver o faturamente descer, para depois de algum
tempo, colocar a empresa nos eixos novamente.
Então, caso você seja empresário, e sua empresa não tenha o registro da marca, você está na
contramão do fazer o básico.
Eu vejo muito empresário utilizando modelos de contrato de PJ dentro da empresa para tentar
evitar o custo da relação trabalhista, eu conheço alguns empresários que pagam hora extra por
fora, que as vezes seu funcionário sequer carteira assinada tem.
Sabe que numa empresa em que o modelo de negócio propicia uma margem de lucro
pequena, e possuem até 15 funcionários, possuem chance enorme de quebrar depois da
primeira ação trabalhista. Primeiro, pois, quase nunca chega uma ação trabalhista isolada, e
quando chega a conta da ação no valor de R$ 100.000,00, R$ 200.000,00, o negócio para. Não
existe verba para o fluxo de caixa, e não foi só uma vez que eu vi o negócio quebrar, o sonho
transformar em pesadelo.
É por isso que entender onde estão as fragilidades trabalhistas da sua empresa é muito
importante.
Agora aquilo que quase nenhum empresário liga, o acordo de sócios. Assim como você tem
sua vida pessoal, em que já entraram e sairam pessoas, o seu negócio também terá uma vida
social e você está despreparado para isso. Você e seus sócios não preparam um conjunto de
regras que vão dizer o que acontece quando um dos sócios separa? o que acontece quando
um morre? o que acontece quando quer vendar as cotas sociais? qual o valor? Como receber?

Quando eu sento com empresários que estão em conflito com os sócios, 80% das vezes são
problemas que seriam facilmente resolvidos com o acordo de cotistas. Mas, como no inicio da
empresa é tudo paixão, os sócios deixam de olhar para essa realidade, a sua empresa não terá
esse mesmo quadro social para sempre.
Então, empreendedores, o que eu espero para esse ano de 2024 é que mais empresários
tenham força de vontade para fazer o básico acontecer, ajudar a empresa crescer, dando
estrutura para ela, ao invés de criar sua fortaleza em cima de mangue.