Comecei a empreender desde os 10 anos quando pedia para minha mãe fazer roupas tiradas das revistas importadas que a patroa dela trazia do exterior. Com minha mesada, comprava no Saara (mercado popular no Centro do Rio de Janeiro) os tecidos de chita, pedia para minha mãe fazer as blusas e calças, e quando havia algum evento na escola, que eu usava, as professoras me perguntavam quem fazia as minhas roupas. Eu falava que era minha mãe, e assim, eu negociava os preços, pois minha mãe não sabia cobrar. Se deixasse-a para negociar era capaz dela fazer de graça. A falta de tino da minha mãe para negócios ligou um sinal de alerta para mim ainda na infância.
Já no final do Ensino Fundamental II, antigo Ginásio, e início do Ensino Médio, eu e minha irmã vendíamos as pulseiras de linhas peruanas com nome. O dinheiro arrecadado nós comprávamos lanche, e no segundo grau ajudou muito a comprar os livros escolares, pois estávamos passando por uma severa crise financeira.
Passado este tempo, voltei a empreender quando conheci meu marido que pediu demissão voluntária da Light (empresa distribuidora de energia elétrica no estado do Rio de Janeiro) apesar de todos dizerem que era loucura. Juntos, unimos nossas economias e abrimos a Simpáticos Robos, empresa de informática que durou 16 anos. À época estávamos finalizando a graduação. Trabalhamos juntos e separados. Pois eu cuidava da parte comercial, enquanto ele cuidava da administrativa.
Quando veio a crise na área de Informática, ele decidiu que tínhamos que ter uma empresa para fazer a transição do negócio, pois Informática iria declinar. Fomos a uma feira de franquias, onde conhecemos a Não+Pelo, com uma proposta moderna e que ocuparia pouco do meu tempo, permitindo que eu continuasse na outra por um curto período de tempo. Tentei levar adiante os dpos negócios, mas não deu certo, pois sem dedicação nada acontece, nem de um lado, e nem do outro. Foi assim q assumi a nova empresa com todos os riscos por ser um negócio novo, desconhecido, e administrado por mulheres para mulheres. Um mundo completamente diferente do meu, pois trabalhava com homens. Foram mudanças grandes que senti em mim e os outros também sentiram!
A escolha para empreender no segmento de franquias foi justamente pelo suporte dado pela empresa aos franqueados. Sendo assim, o desenvolvimento do trabalho aconteceu de forma mais serena e menos estressante. Sabíamos que a rede oferecia todos as necessidades para atendermos nossas demandas. Foi neste momento que conseguimos comparar as diferenças de um negócio próprio e um negócio formatado no franchising. A coletividade, o trabalho em equipe e a comunicação constante foram primordiais para atingirmos nosso ponto de equilibrio em 2015. Sou franqueada desde 2011, e nossa unidade é uma das mais rentáveis do Rio de Janeiro.