A crise econômica de 2008 nos EUA e Europa promoveu uma tendência gastronômica mundial que veio pra ficar: a dos food trucks, caminhões estilizados transformados em restaurantes itinerantes. Modelo enxuto e que requer baixo investimento, logo se tornou opção ideal de negócio para aqueles que, na época, precisavam de novas alternativas para manter a renda, enquanto, do outro lado, os consumidores buscavam lugares mais baratos pra comer (a crise inflou os preços dos cardápios de restaurantes).
O conceito é de uma gastronomia variada – existem food trucks que servem desde lanches mais comuns até pratos de culinária internacional -, com leve ‘toque’ gourmet e preços mais acessíveis (entre R$ 15 e R$ 20). “São pratos vendidos na rua, mas com qualidade e higiene, características que mudam a relação do público com a comida e com o espaço público,” comenta o empresário Reinaldo Zanon. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro já têm realizado feiras de food trucks, sendo que a primeira regulamentou a alguns meses lei que favorece o comércio gastronômico de rua.
Expectativas para 2015
Segundo o Ibope Inteligência, alimentação fora de casa movimentou R$ 140 bilhões este ano. O mercado em alta tem promovido o interesse de empresários do segmento de gastronomia. O próprio Reinaldo Zanon é um exemplo. Em outubro, ele e seu sócio, Leonardo Cannizza, adotaram formato de franquia food truck para o Los Cabrones e a Franquia da Pizza. O primeiro trata-se de um restaurante de comida mexicana. Já o segundo comercializa pizzas pré-assadas, no qual o cliente escolhe o recheio da pizza e leva para assar em casa. Dois meses depois, cinco franquias de cada uma já haviam sido comercializadas dentro e fora de São Paulo. “Nosso objetivo é atingir a marca de 30 até março de 2015,” comenta o empresário.
Cabe no bolso
O investimento inicial dos food trucks do Los Cabrones e da Franquia da Pizza é de aproximadamente R$ 67 mil, valor que, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), caracteriza as marcas como microfranquias. “O faturamento pode chegar a R$ 45 mil mensais, com lucro líquido de 20% a 35%”, comenta. “Custa menos do que manter um restaurante e ainda existe possibilidade de uma maior aproximação do dono do negócio com seus consumidores,” complementa.