Maior referência de cultura saudável nas empresa no mundo, o psicólogo Judd Allen (foto) foi um dos destaques do 21º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida, em São Paulo.
A pandemia teve um grande impacto na saúde mental e no bem-estar em muitas organizações. No Brasil, para a maior referência de cultura saudável nas empresa no mundo, Judd Allen, Ph.D. em Psicologia Comunitária e presidente do Human Resources Institute, a crise sanitária e a polarização política tiveram um efeito muito profundo e negativo nas questões mentais. Por isso, é necessário, neste momento, desenvolver estratégias de medição e programação para apoiar atitudes e comportamentos que fortaleçam a saúde mental dos trabalhadores.
“Uma cultura saudável precisa agora dar maior ênfase ao bem-estar mental”, afirmou. Com muito mais pessoas trabalhando em casa ou em uma combinação híbrida de trabalho (home office e presencial), aumentou a conscientização sobre o impacto na saúde de subculturas importantes, como família e amigos. O local de trabalho não pode mais ser o epicentro dos esforços para abordar culturas saudáveis.
É preciso ambientes de apoio no trabalho, em casa e na comunidade. “Pela minha experiência, os brasileiros já estavam abertos ao apoio de seus colaboradores e familiares. Esta abordagem de trabalhar com amigos, família e colegas de trabalho para atingir objetivos de bem-estar é valiosa na nova configuração dos ambientes laborais. Inclusive, os programas de bem-estar devem proporcionar formação em apoio mútuo para a melhoria do estilo de vida”, garantiu o especialista.
Desafio da cocriação de culturas saudáveis
Allen esteve no Brasil para participar do 21º Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida (CBQV), que ocorre há uma semana no Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio-Libanês, em São Paulo.
Na oportunidade, ele falou sobre “O Desafio da Cocriação de Culturas Saudáveis no Trabalho e na Comunidade”, onde explicou que a maioria dos programas de bem-estar concentra-se na iniciativa e na mudança individual, o que, de fato, é importante para a saúde das pessoas. Contudo, essas ações não abordam suficientemente a questão do apoio cultural.
“Precisamos adicionar iniciativas que mudem as normas culturais, mobilizem o apoio dos pares e à liderança, e promovam um clima social de apoio. O antigo debate questionava se deveríamos nos concentrar no indivíduo ou no meio ambiente. Esta é uma escolha falsa. A resposta correta é em ambas”, destacou o psicólogo.
Atuando desta forma, a cultura saudável consegue ser instalada e traz como benefícios aos trabalhadores e à organização: 1) melhoria do moral no trabalho; 2) maior sucesso na consecução dos objetivos de bem-estar.
Todos os anos, segundo o especialista, a maioria das pessoas tenta atingir uma ou mais metas de melhoria do estilo de vida, como atividade física, alimentação saudável ou redução do estresse. Sem apoio cultural, a maioria desses esforços de mudança falham após alguns meses. “No entanto, com apoio, as pessoas alcançam mudanças duradouras e positivas”, salientou, dizendo que o interesse em vidas saudáveis e produtivas deve ser mútuo e ultrapassar as fronteiras profissionais típicas, tais como entre a gestão e os trabalhadores iniciantes.
“Um programa de bem-estar baseado na cultura promove um sentido de comunidade, uma visão partilhada e uma perspectiva positiva. Estes são os ingredientes de organizações saudáveis e produtivas”, ressaltou.