5 passos para preparar a mudança na gestão da sua empresa

Em time que está ganhando não se mexe, certo? Depende! Se esse time chegou até aqui com gestão que não permite novas ideias, com inflexibilidade para novas dinâmicas de trabalho e aversão ao distanciamento de poder (manda quem pode, obedece quem tem juízo) o futuro pode trazer surpresas nesse placar que até então estava a favor. Há pelo menos dez anos, Janaína Manfredini, Especialista em Gente, Gestão & Estratégia, estuda respira e vivencia as mais diferentes gestões em empresas do Brasil e fora dele. Temas como planejamento, alinhamento de equipe, atitude frente às incertezas e gestão participativa são constantes em orientações que ela repassa a gestores nos mais diversos segmentos. Constante também é a falta de abertura que empresas possuem em encarar que as mudanças são a ordem evolutiva de negócios e que, mais cedo ou mais tarde, quem fecha os olhos para o novo pode acordar em meio à uma pandemia.

Foi literalmente o que aconteceu nesse primeiro semestre de 2020. “A gestão de comando/controle que exige horário e não meta, que espera obediência e não participação, que coloca lucro em detrimento de investimentos de melhoria teve a realidade escancarada à porta. Quem já vinha se preparando para um processo de gestão que chamamos de 4.0 (gestor que delega, desenvolve  e acompanha equipes) estava mais estruturado para a crise trazida pelo Covid-19. Os demais, podem até culpar o insucesso como responsabilidade exclusiva de um vírus que parou a economia mundial, mas o momento não é de encontrar responsáveis, mas sim de agir. A  minha primeira sugestão aos gestores que se viram com equipes fora do controle de horário (por conta do home office), que estão com equipes reduzidas, jornadas igualmente alteradas, com fornecedores com menor oferta e com os consumidores com baixo poder de compra: pare, repense e analise modelos que dão certo no seu mercado”, destaca Janaína.

Mas se a conclusão então é de que a gestão está de fato arcaica. Por onde começar? Janaína Manfredini reforça que não existe fórmula mágica, claro que cada empresa tem suas peculiaridades. Mas em linhas gerais, os processos mantêm-se os mesmos de antes da pandemia. Os primeiros são:

 – Revise o direcionamento e posicionamento da empresa. O planejamento estratégico pós-pandemia deve ser novamente aberto e alinhado com o novo cenário. Quem não tem um, serve como um alerta – quem não sabe pra onde vai toda direção é válida;

– Planejamento claro, com metas definidas a curto, médio e longo prazo. Detalhe importante, o compartilhamento dessas informações com a equipe, que deve inclusive ser ouvida e participar desse processo. “Ouça seus liderados, escute as novas ideias, as percepções do dia a dia de cada setor. Deixe-se surpreender pelo olhar de quem faz parte dos processos de uma empresa. Aumente o senso de pertencimento e de comprometimento da equipe com metas acordadas com todo o grupo. Essa ação gera um senso de co-responsabilidade”, explica Manfredini;

-Visão de futuro: o gestor possibilita crescimento à equipe? O quanto a gestão promove o desenvolvimento de pessoas? Janaína Manfredini comenta que trabalhar a visão de futuro requer um líder inspirador, capacitado, auto-motivado a novos desafios e que saiba dividir as conquistas com os liderados. “Os liderados passam a ver o gestor como um exemplo a ser seguido, se inspiram nele para chegar lá na frente e atingir as metas, sentem que a empresa conta com eles para atingir os planos futuros”, reforça a especialista;

– Cuide das pessoas. Treine sua equipe para esses momentos desafiadores. Todos precisam compreender por que remam e em qual direção. “Muito general deixa seus soldados atuando soltos em momentos de  calmaria, sem  prepará-los para a guerra. Se esse foi o seu caso, é a hora de construir o avião enquanto ele voa. Ou seja, preparar sua equipe para isso é de extrema importância. Invista nas pessoas-chave, para que elas estejam aptas a manterem o time em alta performance”, alerta Janaína;

– A otimização de resultados através da otimização de custos deveria ser uma constante em todas as empresas e não apenas em momentos de crise. Janaína Manfredini faz o alerta de que “empresas que têm cultura de feedback, têm clareza do que esperam de cada função, avaliam a performance e portanto, tem mais facilidades para fazer isso quando o assunto são fornecedores e colaboradores. Organizações que não contam com essa ferramenta, deveriam começar a implantar”, pontua.

Terminou? Claro que não. Esse é apenas o começo. Desafiador? Certamente. Mas nada de esperar. O momento certo para se preparar para a mudança é agora. Resta apenas decidir como, com quais armas e quem entrará nessa batalha, que aliás, é feita de ciclos cada vez mais desafiadores.

 

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