Ciclismo urbano aquece setor de bikes no Brasil

Foi-se a época em que só era possível encontrarmos ciclistas transitando em cidades do interior, em regiões periféricas, litorâneas ou em cidades europeias. Hoje, as bicicletas são veículos de locomoção, esporte e lazer de quase todas as classes sociais e em várias regiões do país. Elas alcançam as principais metrópoles do Brasil como solução de transporte, frente aos trânsitos caóticos, e, de quebra, fomentaram novos hábitos benéficos ao meio ambiente e à saúde.

Segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de bicicletas, ficando atrás apenas da China e da Índia. Além disso, é o quinto maior mercado consumidor de bicicletas do mundo.

Ainda segundo a associação, do total de bicicletas vendidas no Brasil, cerca de 50% é voltada para a locomoção e transporte. As fatias restantes se dividem entre as finalidades de: público infantil, recreação e lazer, e competição. O que isso significa? Que o ciclismo urbano é mais que uma tendência, “é a pura realidade”, acredita Fernando Lucas, diretor executivo da Sportix Bike Shop, rede de bicicletas e acessórios voltada a ciclistas profissionais e amadores.

A rede Sportix Bike Shop, que já possui quatro unidades em grandes cidades – São José do Rio Preto (SO), Alphaville (Barueri), Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG) – faturou R$2,5 milhões em 2015. E a meta para 2016 é que esse valor chegue a R$6,8 milhões e, em 2017, a R$11,5 milhões. “A próxima loja deve ser inaugurada em Natal (RN). O nosso objetivo é fechar 2016 com, no mínimo, oito unidades pelo país, no total”, revela Fernando Lucas.

Mobilidade Urbana

Lucas, que também é praticante do ciclismo há 25 anos, percebe a questão da mobilidade urbana como um fator determinante para o crescimento do setor em que atua: “De uns 10 anos pra cá, as bicicletas vem sendo inseridas como importantes elementos dentro da mobilidade urbana, que envolve uma série de outras questões fundamentais em uma cidade, para a locomoção prática, eficiente e segura das pessoas pela cidade”. O empresário analisa e investe nesse mercado, desde 2007, quando lançou a Sportix no mercado como importadora e distribuidora de produtos voltados à cultura do ciclismo. A empresa entrou para o franchising em 2013.

E os indicadores alimentam o setor de forma agressiva. Segundo cálculos da consultoria Navigant Research, o mercado de serviços para mobilidade urbana deve crescer mais de 1.000% no Brasil em dez anos. E assim, o país vem passando por sua “melhor fase” quando o assunto são as ciclofaixas.

Ciclovias – Palco do ciclismo urbano

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a ciclovia implica na segregação física do ciclista em relação ao tráfego motorizado. São indicadas para avenidas e vias expressas, já que protegem o usuário da bicicleta da circulação rápida e intensa e podem ou não ter seu espaço.

Em São Paulo (capital), por exemplo, as pistas reservadas às bicicletas são destaque e referência para o Brasil e para o mundo. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) da capital, a meta para até o final de 2016 é entregar 400 Km de ciclovias à cidade. E, de acordo com a Abraciclo, estima-se que 300 mil bicicletas circulem diariamente pela capital paulista durante a semana. Aos finais de semana, o número chega a 550 mil. “As ciclovias acabam sendo ‘a chave’ para que as pessoas vejam a bicicleta não apenas como elemento de recreação, mas sim, como uma solução para a economia de recursos e sinônimos de qualidade de vida”, lembra o ciclista.

É importante lembrar também que a tendência do ciclismo urbano é uma ação em conjunto, fruto do esforço de várias esferas que fazem parte da sociedade, como as políticas públicas. “Para que a população incorpore no seu dia a dia um novo hábito – no caso do ciclismo, durante muito tempo, incomum aos brasileiros –, as políticas públicas e iniciativas privadas devem caminhar juntas. Só assim é possível mudarmos toda uma ‘mentalidade’ sobre as bikes, durante muito engessada à ideia apenas de lazer. Mas, esses números mostram como nossa cultura vem ganhando formato e credibilidade. É tudo um ciclo: quanto mais as ciclovias forem usadas, mais elas serão melhoradas”, enfatiza Lucas.

Nicho de mercado

É atendendo as necessidades desse mercado que a Sportix Bike Shop se consagra. A marca que tem unidades baseadas em modelos de negócios do segmento no exterior chegou ao Brasil como a primeira franquia de bicicletas com acessórios voltadas a novos e experientes ciclistas.

Com sucesso de sua marca própria, desde 2007, e a consolidação do seu nome no mercado, a Sportix Bike Shop entrou em 2013 para o franchising e iniciou seu processo de expansão em 2015. Além de ser pioneira no segmento, a rede também possui serviços exclusivos e especializados do setor.

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