Como lidar com o déficit de profissionais da área de tecnologia

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*Por Carmen Ittner, head do DHO da AMcom, empresa especializada em desenvolvimento customizado e soluções de TI, com sede em Blumenau (SC).

O mercado da tecnologia da informação está em alta devido às mudanças e acelerações de processos tecnológicos sofridos em meio à pandemia da COVID-19. Não à toa, a alta demanda por profissionais especializados em tecnologia da informação é um gargalo das empresas que desenvolvem soluções. Segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a área de TI vai demandar cerca de 400 mil profissionais até 2024, fato que preocupa em muito as empresas de tecnologia. Assim, é comum as empresas temerem o risco de apagão de mão de obra especializada.

Mas, como as empresas podem ajudar o atual cenário e evitar esse apagão? O setor de Recursos Humanos é um dos principais agentes de transformação desse possível cenário. Se começarmos a olhar hoje para os nossos colaboradores, ter uma escuta ativa sobre as suas necessidades e entender como atuar, podemos modificar esse futuro.

Como Head de Recursos Humanos busco por alternativas que valorizem os profissionais que já estão em casa, proporcionando programas internos de acompanhamento da jornada do profissional, acompanhamento com as lideranças nos feedbacks e análises de desempenho. Nossos benefícios também chamam a atenção. Temos o vale refeição acima da média do mercado, programas com aulas de inglês diárias e encontros semanais sobre assuntos diversos no projeto guilda.

Além disso, incentivamos que eles unam forças conosco para vencer essa demanda profissional. Incentivamos a política da indicação, onde os nossos colaboradores, chamados internamente de makers, nos indicam profissionais de sua confiança para integrarem o nosso time. Só em abril de 2021, recebemos quase 200 indicações. Também realizamos um mapeamento dos pólos de tecnologia no país onde há maior disponibilidade de profissionais.

Porém sabemos que essas iniciativas não irão suprir a demanda de profissionais. Precisamos arregaçar as mangas e pensar em soluções que fortaleçam o mercado de tecnologia e façam mais pessoas entrarem nesse segmento. Por isso, estamos apoiando o projeto Jovem Empregador, uma iniciativa do Sindicato Patronal, em parceria com o SENAC, que oferece o ensino de tecnologias para os mais jovens.

No começo do ano, encabeçamos o projeto ‘Codificaí – TI para Todas’, que visa incentivar as mulheres a conhecerem o mercado de trabalho de TI a partir de uma oficina gratuita de programação. Nesse espaço elas conhecem as oportunidades do segmento, conversam com as nossas makers de desenvolvimento e ainda programam o seu primeiro código.

A ideia é que cada vez mais esses espaços sejam ocupados por mulheres, assim,  fortalecendo a presença feminina no setor com a expertise das novas gerações. A última edição, em maio, contou com a presença de 100 mulheres de diversas partes do país e de diferentes idades. Até o final do ano teremos outras três edições.

Com medidas no presente, acredito que podemos mudar o futuro no setor de tecnologia e inovação. Práticas que incentivem a empatia e o sentimento de pertencimento no ambiente de trabalho são apenas o começo, mas precisamos iniciar de alguma forma. Afinal, as empresas são construídas por pessoas e elas devem ser vistas como prioridade.

 

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