Com decoração e presentes diferenciados, Maria Carolina Calaça, da Lina Origamis, conquista mercado dentro e fora de Goiás
Papel, tempo e muita habilidade são os elementos que a artesã Maria Carolina Ferreira Calaça, de 34 anos, usa para dar vida ao seu negócio. Da mistura dos três, ela fabrica uma gama de produtos diferenciados, que já conquistaram o mercado de decoração de eventos e de vitrines, além das opções de presentes e lembrancinhas. Para isso, ela usa a técnica japonesa que domina como ninguém: o origami.
A atividade foi levada durante muito tempo como renda extra ao emprego formal. Lina (apelido de infância que agora dá nome ao negócio) é formada em História e já atuou como professora. Ficou por muito tempo em cargos da área administrativa em diversas empresas, mas, desde adolescente, aproveitava sua habilidade manual para, paralelamente, vender crochê, bijuterias, bombons, dentre outras fabricações próprias.
Autodidata, aperfeiçoou-se no origami sozinha durante anos até conquistar o nível avançado. Ao adotar a técnica, passou a vender móbiles, mandalas, cartões, lembrancinhas de maternidade e outros artesanatos, mas para um público restrito, de amigos e parentes. Seu primeiro portfólio foi o aniversário do filho mais velho, todo decorado em origami.
O trabalho tornou-se oficial há cerca de um ano e meio com a marca Lina Origamis. Foi então que a artesã pegou seu primeiro grande trabalho: a decoração de um casamento todo feito de origamis.
“Esse foi o maior trabalho que eu tinha conquistado até então. Foram usados mil tsurus no altar. A noiva me pedia várias coisas que eu não sabia fazer, mas dizia à ela que sabia. Depois, corri atrás de tudo e deu certo. Foi meu grande portfólio”, lembra Lina, aos risos. Nessa época, ainda trabalhava das 8h às 18h em uma empresa. “Meu tempo de produção era basicamente à noite”, completa.
Lina é hoje uma Microempreendedora Individual (MEI) e vive, oficialmente, da renda das vendas de origamis. A escolha deu tão certo que seu ganho já é superior ao salário que ganhava como funcionária de carteira assinada. Desde o início, tem a mãe como seu braço direito, a qual também foi aprendendo a técnica aos poucos. Quando o trabalho é volumoso, conta com equipe já conhecida que a ajuda na montagem da decoração e nas primeiras dobras do origami. “Mas o acabamento faço questão de que seja todo nosso.”
A artesã também passou a divulgar com mais afinco o trabalho na internet – além do blog, tem o Facebook. Mas a maior propaganda quem faz são os próprios clientes. Atualmente, seus produtos já ultrapassaram as barreiras do Estado – além de Goiânia, já vendeu para clientes de São Paulo e Mato Grosso. O custo de produção é baixo, já que Lina trabalha com papel. O que dá valor aos origamis é o acabamento.
Para se ter uma ideia, cada tsuru custa R$ 2. O buquê de origami, que substitui o tradicional de flores, é vendido por R$ 220, dentro de um kit contendo também o buquê da dama de honra e um jarro para suporte do buquê oficial, para que a noiva possa guardá-lo de recordação. “Buquê de flores naturais tem seu charme, mas elas vão murchar e morrer. O vaso de origami vai ser uma lembrança para o resto da vida.”