Bianca Fraga, especialista no mercado gastronômico, conta o que o setor pode esperar para o ano que vem
“2022 foi um ano para respirar. Quem se manteve de pé após o caos que foi em 2020 e 2021, em 2022 conseguiu ficar um pouco mais tranquilo. Para se ter uma ideia, 32% dos Bares e Restaurantes do país tiveram lucro em julho. Foi o mês de recorde do setor, em pesquisa realizada pela Abrasel. E isso já diz muito. A tendência agora é crescer mais, reaquecer após o desmoronamento do mercado que houve nos anos anteriores.”
O futuro é bem otimista. Também em pesquisa realizada pela Abrasel, cerca de 24% das empresas vão contratar novos funcionários até o final do ano. Isso significa que a demanda está crescendo e as equipes atuais dos estabelecimentos não estão dando conta. Ganha o setor.
Para esse ano, a tendência é de um consumo ainda maior no verão, entre Dezembro e Janeiro.
“As pessoas estão saindo mais de casa, os bares e restaurantes estão sempre lotados. E no final do ano, parte da população recebe décimo terceiro, isso faz com que o consumo seja ainda mais potencializado neste final do ano”.
Para 2023, Bianca acredita que o que vai ganhar mais força ainda é o delivery.
“Por mais que tenhamos passado por um período crítico de pandemia, com cidades que tiveram lockdown e estabelecimentos que migraram em um período apenas para o delivery, muitos abandonaram a ideia da entrega de comida em casa: o que é péssimo.
O delivery é um incremento de faturamento. Ele ajuda a diluir as despesas fixas da empresa e na obtenção de lucro no final do mês.”
Outra tendência para 2023 são as multimarcas dentro da mesma cozinha, na opinião da especialista.
“Para quem está no delivery, ter apenas uma operação não faz sentido. É importante usar o mesmo espaço, o mesmo time, os mesmos insumos, para ter diversas marcas nas plataformas.
Por exemplo, uma pizzaria pode ter uma esfiharia dentro da mesma cozinha. Um delivery de poke pode ter uma saladeria e por aí vai!”
Bianca, no entanto, faz um alerta: “Não adianta nada vender muito, aumentar o faturamento, se você não faz uma boa gestão do seu estoque, se não precifica corretamente, se não sabe quanto tem de perdas e desperdícios e se não tem uma boa análise do fluxo financeiro do seu restaurante. Vender mais é bom, mas isso sozinho não faz milagre.”