Desde avanços na infraestrutura até o uso de satélites e inteligência artificial, as Agtechs que têm potencial de crescimento, sustentadas pelo atual peso do agronegócio do país
As chamadas Agtechs, startups com foco no agronegócio, estão se tornando cada vez mais numerosas. Pesquisas recentes mostram que em um universo de 24 mil startups no Brasil são quase 12 mil as focadas no agronegócio, refletindo o grande peso do Agronegócio na economia brasileira. Nos últimos anos, melhorar a infraestrutura no Brasil, como conectividade, penetração móvel, imagens de satélite, alfabetização digital, tem sido fundamental para o desenvolvimento desse ecossistema.
Destacamos aqui 10 dessas startups que trazem algo diferente, com o foco em uma solução clara para a cadeia do agronegócio brasileiro. Vale a pena ficar de olho nessas empresas nascentes.
1 – Agristamp
Sediada em São Paulo / SP, a Agristamp é uma plataforma simples e rápida para contratação de seguros agrícolas. O mercado de seguros agrícolas no Brasil era, em um passado não muito distante, burocrático e muito caro.
Entendendo essas necessidades dos agricultores, a Agristamp criou uma plataforma com produtos de seguros que são simples, acessíveis e eficazes na redução dos riscos climáticos. A tecnologia em associação com múltiplas Seguradoras permite distribuir seguros de forma eficiente, maximiza os benefícios para toda a cadeia e garante uma apólice de até 72 horas.
2 – Bart Digital
A Bart digital tem sede em Londrina / PR e foi criada para solucionar problemas nos processos de financiamento, que é muito burocrático ainda em todo o país. A solução da Bart, principalmente nas questões de recebíveis e garantias, trouxe confiabilidade e agilidade ao sistema. Entre as principais conquistas da Bart Digital, está a criação da primeira CPR digital que economizou tempo e dinheiro para o agricultor, o distribuidor e as empresas que trabalham com esse ativo como forma de garantir o negócio.
O uso dessa ferramenta reduz o tempo necessário para formalizar essas garantias em 75%.
3 – Digifarmz
DigiFarmz é uma plataforma digital criada por um dos maiores fitopatologistas do Brasil, Ricardo Balardin, que já usou mais de 18 fatores bióticos e abióticos para apoiar o agricultor na tomada de decisões. Por meio de dados de pesquisas, informações climatológicas, genética de cultivares, datas de semeadura, localização e outros parâmetros, esta ferramenta apresenta recomendações inteligentes que auxiliam produtores, agrônomos e consultores no manejo fitossanitário de doenças da soja. A plataforma informa sobre o que usar (fungicidas, misturas, etc.), quando (data ideal de cada pulverização), quanto (número de pulverizações a serem realizadas) e sobre o manejo da anti-resistência. E a base de dados (crowdsourcing + pesquisa de campo), em constante expansão, também permite otimizar recursos e investimentos na agropecuária, ajudando a reduzir o impacto no meio ambiente.
4 – Flex Interativa
O Flex interativo está localizado em SP e tem como proposta um grande apelo para o agronegócio: “Idéias que podem ser tocadas”. Você já pensou na possibilidade de objetos reais interagirem com objetos virtuais? Aprendemos agronomia de uma forma que torna difícil imaginar como os produtos interagiam dentro da planta, como os diferentes produtos e modos de ação agiam, ou mesmo como as plantas faziam o metabolismo. Essas tecnologias nos ajudarão a entender melhor esses fatores e formar melhor os técnicos e agricultores, além de podermos ser muito mais ágeis, flexíveis e eficientes nos dias de campo, nos treinamentos.
Essas tecnologias serão utilizadas inicialmente pelos fabricantes, mas também podem ser utilizadas pelos agricultores, que visitaram a vinícola Jolimont em Canela / RS, podem ver o que a realidade virtual pode fazer para encantar os consumidores. .
5 – Go-Flux
A maior dificuldade da logística hoje, apesar da dependência de rodovias, distância das rotas, infraestrutura deficiente e processos antigos e inadequados, é que os custos são muito elevados em todo o processo de trabalho.
Dos insumos agrícolas importados aos valores gastos com manutenção de veículos, os Agricultores e Agroempresas enfrentam desafios e dificuldades para reduzir custos. A Go Flux, a única Logtech em minha lista, é uma startup fundada em 2018 e eleita uma das 100 melhores startups do Brasil, nasceu dessa inconformidade de fazer as coisas sempre da mesma forma.
Por que o frete é contratado da mesma forma há anos? Por que a revolução digital ainda não mudou a forma dessas operações? Por que ainda não temos soluções inovadoras neste tema?
Go Flux busca dar mais transparência, agilidade e maior eficiência através de uma plataforma que permite a realização de BIDs, com um Market Place fechado, incluindo os parâmetros adequados ao seu negócio, dados de sua demanda e indicação do preço a pagar. o percurso. Com o envolvimento de diversos fornecedores em orçamentos dinâmicos 100% online, é possível visualizar os lances em tempo real. Os principais benefícios são Inteligência e compliance das operações, Redução de custos e ganho de competitividade. Na minha empresa anterior, por exemplo, tivemos uma redução de 8% para todo o nosso custo logístico.
6 – Grão Direto
A Grão Direto foi criada em Uberaba e ganhou notoriedade por ser a única startup brasileira a ser convidada para o BlackBox Connect, programa de imersão no Vale do Silício. Além disso, também foi convocado para o programa de aceleração Scale-Up (Algar + Endeavor). Seu objetivo é conectar agricultores, compradores, corretores e armazéns tornando a compra e venda de milho, soja, sorgo e outros grãos mais moderna e segura.
Todos têm acesso às melhores informações para negociar e quanto mais informados estiverem, maiores serão suas chances de fazer os melhores negócios. Por meio da tecnologia, vendedores e compradores podem negociar grãos com muito mais rapidez e eficiência, tanto para negociações no mercado disponível, como a termo ou permuta.
O Grão Direto foi criado para dar suporte a todos os perfis da rede: cooperativas, tradings, revendedores, corretores tradicionais, rações,
acionistas, comerciantes e muito mais, gerando ganhos em inteligência de mercado para produtores e compradores tomarem as melhores decisões e com mais agilidade em processos associados à comercialização (logística, gestão de contratos, produtos financeiros e muito mais).
7 – Inovafarm
É uma AgriTech fundada em 2019 na cidade de Alfenas / MG, que desenvolve tecnologias para revolucionar o agronegócio, facilitando a vida das pessoas do campo. Ele fornece ao agricultor (Cattleman) ferramentas para tomar decisões de forma rápida, fácil, precisa e eficiente. Um dos produtos que mais se destaca na minha opinião e que utiliza a tecnologia da internet das coisas são os colares para gado, as balanças inteligentes, e os sensores de comportamento e reprodução, onde o agricultor tem acesso em tempo real e de qualquer local para todo o seu time e pode melhorar os recursos, evitando perda de tempo e recursos.
8 – Safetrace
Uma das maiores lições aprendidas com essa crise é que consumidores e países importadores farão cada vez mais o uso de barreiras fitossanitárias para regular os mercados e suas respectivas deficiências internas e balança comercial.
Com base nisso, para o agricultor brasileiro, não basta produzir bem, teremos que provar que produzimos bem e de forma sustentável. A Safe Trace é uma empresa de Itajubá / MG, especializada na rastreabilidade da cadeia produtiva de alimentos, integrando informações de todos os elos, do produtor ao prato do consumidor. Ao adquirir produtos com o selo Safe Trace, você saberá de onde vêm os alimentos consumidos; além de certificar-se de que o produtor está agindo de acordo com as normas socioambientais e sanitárias, por meio de um rígido monitoramento.
Outra tecnologia desenvolvida pela safetrace e que promete resultados superiores é a solução block chain, que pode ser utilizada em toda a cadeia produtiva, incluindo produção de matéria-prima, industrialização e comercialização. Essa tecnologia será capaz de registrar, armazenar, organizar, rastrear e disponibilizar as informações coletadas ao longo da cadeia, desde a implantação em campo até as etapas finais da produção.
9 – Seedz
A Seedz tem sede em Belo Horizonte (MG), fundada em 2017, e desenvolveu um software de fidelização que valoriza o relacionamento entre produtores e pecuaristas com empresas do agronegócio e também de outros setores, empresa que tem a inovação como principal ativo. A solução é muito simples na hora de comprar produtos de empresas parceiras, um seedz acumula uma moeda virtual, que pode ser trocada na plataforma por produtos e até cursos, incentivando assim esses produtores a reinvestirem em suas fazendas, criando assim um novo modelo de compra e venda com foco na confiança e transparência.
O ponto positivo é que se trata de uma plataforma multimarcas, permitindo maior otimização, diversificação e customização de programas, incluindo fácil adaptação a um mercado proprietário. Outro atrativo que a Seedz oferece, é que sua plataforma de incentivos por meio de gamificação e customização pode ser facilmente implementada e com melhor custo- benefício.
Tudo isso de uma forma comum, que é o Seedz, tornando o ambiente de negócios mais transparente e acessível a todos. A plataforma já é utilizada por mais de 60 mil produtores cadastrados de todo o Brasil e também 5.000 profissionais do setor. Além disso, já são 300 empresas cadastradas em diversos segmentos do agronegócio como sementes, defensivos agrícolas, fertilizantes, serviços financeiros, saúde e nutrição animal, máquinas, equipamentos, logística, entre outras soluções. Destaque para multinacionais como UPL, Yara, John Deere, Agro Galaxy, Helm, Agro100, Agro Ferrari e cooperativas como Cocamar.
10 – Terra Magna
A Terra Magna é uma empresa de Big Data geoespacial de São José dos Campos / SP, com foco no setor agrícola e florestal, que utiliza imagens de satélite para medir, prever e controlar ativos biológicos, gerando insights para a cadeia do agronegócio.
A empresa aprimora as operações de campo por meio do monitoramento de infestações de plantas daninhas nas áreas plantadas e da gestão de riscos para financiadores do agronegócio. Ao combinar computação em nuvem e imagens de satélite com a indústria de sensoriamento remoto, Terra Magna permite que agricultores e outros participantes entendam melhor suas terras, seus negócios e todo o mercado, por meio de mapas com o status das terras cultivadas.
A proposta é dar mais segurança a bancos, cooperativas e agroindústrias nas operações financeiras e na gestão de empréstimos colaterais do agronegócio. É essencial no meio ambiente do agronegócio no Brasil.
A solução também atende ao Agricultor / Produtor, que pode utilizar os dados para acessar menores taxas de juros. 22.000 fazendas são monitoradas semanalmente.