O ambiente corporativo viveu um ano repleto de dificuldades e incertezas, mas ainda assim, muitos executivos conseguiram extrair importantes aprendizados do período. Estas experiências certamente os ajudarão a traçar a melhor rota para enfrentar o ano de 2022. Os desafios que surgiram com a pandemia transformaram os hábitos de consumo, as prioridades e até mesmo o formato das relações de trabalho.
Alguns destes executivos compartilham aqui um pouco destas lições aprendidas e como utilizar as estratégias utilizadas para manter os negócios e desenvolver ainda mais as empresas neste ano que inicia:
Gaston Irigoyen – CEO da Pomelo
“Vejo grandes processos de transformação no mundo dos negócios que a pandemia acelerou muito e de forma imprevista, principalmente na mudança nas relações de trabalho. A pandemia forçou muitas indústrias (inclusive as mais tradicionais) a mudarem a forma com que se relacionam com seus funcionários. Ficou provado que o trabalho remoto e, inclusive, assíncrono é possível e produtivo tanto para a empresa como para o funcionário. As pessoas podem escolher desde onde trabalhar, podendo estar próximo da família, trabalhar enquanto viaja, procurando ter um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Do lado das empresas caíram as barreiras geográficas na hora de procurar talentos, por exemplo. Mas algo é claro, o propósito se tornou cada vez mais relevante para que essa relação se fortaleça, as pessoas cada vez mais precisam acreditar e sentir que seu trabalho está gerando um impacto positivo no mundo e ter autonomia e ownership nessa caminhada pode fazer toda a diferença. É nisso que a Pomelo acredita. Somos uma empresa regional, de Latam para Latam, procuramos talentos sem olhar as fronteiras geográficas, oferecemos stock options para todo nosso time (sim, todos somos donos da Pomelo) e procuramos construir uma cultura forte e colaborativa com base num propósito mobilizador para as pessoas.”
Gian Martinez – Winnin
Gian Martinez é cofundador e CEO da Winnin, martech que empodera a criatividade por meio da ciência de dados, que vem transformando o marketing de marcas como AB-Inbev, Danone, Coca-Cola, Nestlé e Nubank, com o uso de dados e tecnologia. Segundo o executivo, o maior aprendizado para uma marca em 2021 é o entendimento de que ela precisa ser realmente relevante na vida das pessoas, entendendo suas dores e criando soluções de forma autêntica. Além disso, esse último ano ensinou para as empresas a importância de agir com velocidade na tomada de decisão, já que se manter relevante culturalmente é um exercício constante. É muito importante manter o pulso na cultura para ajustar a rota de acordo com o que está acontecendo na vida das pessoas, além de abraçar os dados nesse processo. O futuro será liderado pelas empresas relevantes, ágeis e data driven.
Manoela Mitchell – Pipo Saúde
No nicho de grandes mulheres que resolveram fazer a diferença no mercado e na sociedade está a Manoela Mitchell, CEO da Pipo Saúde, empresa de tecnologia que transforma a maneira que as empresas contratam e gerem plano de saúde. Para Manoela, o ano de 2021 ensinou muito sobre a importância da comunicação e da cultura organizacional, especialmente em ambientes de trabalho remoto, nos quais é preciso garantir que não haja falhas nas mensagens transmitidas e que os colaboradores tenham acesso a uma cultura repleta de comportamentos positivos. Além disso, para a executiva, manter o foco no problema e em sua solução é a maneira mais eficaz de verdadeiramente atingir o objetivo do cliente.
Guilherme Bohnen – Diretor executivo do Oto
Para o executivo, o ano de 2021 mostrou que omnicanalidade está cada vez mais intensa, não existe mais on e off, apenas o omni. Apesar de estudos como os da Forrester apontarem que 72% dos americanos ainda pretendem comprar em lojas físicas até 2024, um dos ensinamentos deste ano é que não podemos esquecer que ferramentas digitais podem sim ser usadas no mundo offline. Um vendedor na loja, por exemplo, pode ter acesso à ferramentas digitais, por que não usá-las? Não podemos pensar apenas como canal de vendas, mas como ferramenta estratégica de experiência do consumidor e empoderamento do vendedor. Para 2022 a lição de casa é unir o online e o offline para colocar o consumidor no centro de tudo, de forma muito mais acurada e melhor do que até então tem sido feito, permitindo que os vendedores tenham acesso às preferências de cada um dos clientes para oferecer produtos e serviços personalizados.
Fernanda Lobão – Final Level
Para Fernanda Lobão, CEO e Cofundadora da Final Level, maior plataforma de entretenimento gamer do Brasil, a palavra de ordem é não se apegar. O mercado digital está cada vez mais dinâmico no que diz respeito às mudanças, os hábitos de consumo tem prazo de validade muito curto, o que vale hoje não valerá amanhã. Isso significa que precisaremos estar cada vez mais pautados em data science, tendências e dispostos a assumir riscos. Essa agilidade está atrelada à atualização do digital, como o aumento do live streaming e de short vídeos e, mais ainda, ao fato de que os games trazem um traço cultural global. Uma lição que vem sendo aprendida pelas marcas, mas já incorporada no core da Final Level é que o Brasil está no topo do ranking de consumo de games e eles também são plataformas sociais que precisam ser observadas.