No dia a dia, a gestão de uma franquia de alimentação é muito diferente da expectativa

* Por Fernando Ribeiro, CEO da rede Sal e Brasa Grill Express e Diretor Regional Nordeste da Associação Brasileira de Franchising (ABF)

Com a realização da maior feira de franquias do mundo, a ABF Expo Franchising, muitos empreendedores veem no evento uma ótima oportunidade para encontrar seu próprio negócio. E as franquias de alimentação são as mais consultadas e aprovadas. Tanto que nesse primeiro trimestre o setor de Alimentação e Food Service cresceu 21,2% em comparação com o mesmo período de 2022.

A explicação para essa alta procura é que os candidatos são atraídos pelas possibilidades de sucesso e alta rentabilidade oferecidas pelo segmento. Afinal, as filas que se formam nas praças de alimentação logo fazem o futuro empreendedor se encher de esperança e incentiva muitas pessoas a ter a sua própria unidade. Apesar de ser de fato um ótimo negócio, existem algumas perguntas importantes que precisam ser respondidas antes de se imaginar atrás do balcão. Tenho o capital necessário para abrir e manter esse empreendimento por algum tempo? Estou disposto a ficar sete dias por semana no meu trabalho? Vou dedicar mais de oito horas por dia na franquia caso necessário? E por aí vai.

Muitas vezes, o candidato a uma franquia de alimentação, confia em um jargão muito comum, que é: “comida sempre dá dinheiro, até porque ninguém deixa de comer”. Contudo, esse pensamento é um erro imenso. O segmento de alimentação é como outro qualquer, mas evidentemente que tem suas peculiaridades. E, como todo negócio, precisa de dedicação, compromisso, disciplina, organização e muito trabalho. Pois essa é a realidade diária de quem está inserido nesta área.

Para aumentar as chances de sucesso, é preciso ir muito além daquele jargão básico. Por exemplo, o fato de uma marca ter diversas unidades em várias cidades do país é, si, um sinal de que a franquia e sua fórmula são um sucesso. Com todos os processos e padrões estabelecidos, fica muito mais fácil conduzir o dia a dia de uma operação. Mas isso também não é sinônimo de um caminho curto para sua unidade ser bem-sucedida, e muito menos indica ganhos financeiros altíssimos com pouco tempo de atuação. Pensar assim é um grande erro.

O negócio de alimentação tem muitas histórias de sucesso, mas também de decepções, como em todo segmento. Ainda assim, a franquia é um dos melhores e mais seguros investimentos, exatamente por ter sido testada antes de ser colocada no mercado. Mas, dar certo ou não vai depender muito, e sempre, de quem pilota toda a operação.

Ter uma franquia, é estar muitos passos à frente dos desafios que envolvem o negócio próprio. Como a marca já está totalmente formatada, com métodos, processos e padrões que podem ser replicados, cabe ao empreendedor/franqueado obedecer todas as regras. E essa é outra questão para ficar alerta. Quem entra para uma franquia, precisa ter claro que deverá obedecer às “ordens” do franqueador. Não é permitido mudar nada que envolva o processo de preparação dos pratos como por exemplo, ingredientes, montagem e quantidade. Cor da fachada, estilo de atendimento e logomarca, também jamais devem ser alterados. Tudo precisa ser respeitado.

Então, respondendo à pergunta inicial deste texto, a realidade pode ser sim tão boa quanto a expectativa dentro de um franchising de food service. Porém, o empresário precisa responder a todas essas questões, imaginar sua vida dentro do negócio e avaliar o quanto ele vai impactar no dia a dia dele e da sua família. Porque tendo isso claro e investindo com planejamento, sem dúvidas o franqueado aumenta muito suas chances de sucesso e de alcançar uma alta rentabilidade.

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