O mercado competitivo exige profissionais qualificados, que estejam atualizados e saibam equilibrar a vida pessoal com a profissional. Para exigir tais competências, com o passar dos anos, grandes empresas perceberam que, para crescer e aumentar sua lucratividade, era preciso investir no desenvolvimento emocional de seus colaboradores.
A última edição do “Panorama de Treinamento no Brasil”, estudo que investiga os principais indicadores da gestão de Treinamento & Desenvolvimento (T&D) nas companhias instaladas no país, aponta que as empresas brasileiras investiram em capacitação uma média de R﹩ 2,21 milhões – montante que representa 1,62% das despesas com folha de pagamento. Essa pesquisa ainda mostra que são poucos os treinamentos que efetivamente geram resultados, apenas 7% geram impacto no negócio.
Com o objetivo de criar ou melhorar as competências de seus colaboradores, as empresas, a partir dos gestores de Recursos Humanos, investem em Treinamento e Desenvolvimento de pessoas (T&D) como planejamento estratégico. Assim, por meio de reuniões, cursos, palestras, os profissionais são estimulados a aprender e querer crescer, tanto pessoalmente quanto profissionalmente.
Amanda Gomes, cofundadora da Elas, primeira escola de liderança feminina e desenvolvimento pessoal e profissional voltada para mulheres que buscam destaque na carreira e na sociedade, entende que o empregador deve enxergar a capacitação de sua equipe como investimento e que as empresas precisam ter clareza do que querem medir efetivamente com as suas formações: “Em nossos cursos, como o Programa ELAS, usamos uma metodologia pragmática capaz de alinhar metas estratégicas da empresa com metas de resultado do treinamento”.
Com quase dois anos, a escola oferece mentorias, workshops, palestras e cursos, que já impactaram 6.500 mulheres e certificaram mais de 650 alunas no Programa ELAS, que possui 54 horas de duração distribuídas em três módulos. “Trabalhamos a capacidade das mulheres de tomar decisões de forma mais estratégica e com mais confiança. A partir da construção de uma visão de futuro bem elaborada e conhecimento profundo de suas potencialidades, elas aprendem a falar de resultados de forma mais assertiva”, explica Carine Roos, também cofundadora da ELAS.
Grande parte das empresas que chegam à ELAS buscam desafios como retenção e estímulos à ascensão das mulheres para cargos de liderança. “Identificamos que nossas alunas finalizam o curso mais ambiciosas para conquistar espaços no mercado de trabalho e cientes de seus valores como pessoas e mulheres. Nossas experiências com as empresas trouxeram resultados efetivos e várias alunas foram promovidas ao longo e depois do treinamento”, explica Amanda.
Empresas que investem em seus funcionários
Outra pesquisa, realizada pelo Sales Readiness Group, mostra que empresas que investem em bons programas de treinamento alcançam performances 52,6% superiores àquelas que não investem no treinamento ou que disponibilizam programas inconsistentes aos seus colaboradores.
Em 2018, o Santander registrou a participação de 94% dos funcionários em ao menos uma ação educativa presencial ou a distância. No total, foram 19.084 participações em cursos presenciais; mais de um milhão de participações em cursos on-line; 989 experiências de aprendizagem desenvolvidas; Os líderes do Santander contam com vários treinamentos específicos para o seu desenvolvimento de acordo com os níveis de complexidade do pipeline de liderança, que os apoiam na transformação de seus resultados e da cultura organizacional.
Outras empresas como a Coca-Cola e Google também já se deram conta disso e investem em melhores condições de trabalho, apostando no bem-estar e na qualidade de vida dos colaboradores. Já o Facebook, por exemplo, oferece quatro meses de licença-maternidade (enquanto a lei dos EUA determina apenas 12 semanas) e uma verba adicional de 4 mil dólares para despesas de adoção.
As cofundadoras ainda lembram que, quando falamos de habilidades relacionadas à inovação, o maior impacto, além do conhecimento técnico, vem da mudança de mindset e do entendimento da transformação pela qual o mundo está passando.
“Acreditamos que é preciso educar e orientar sobre diversidade, gênero e raça para formar novas lideranças, além disso, buscamos reduzir a desigualdade de gênero promovendo a equidade, principalmente no ambiente profissional. A participação de mulheres na tomada de decisões é essencial para o crescimento de empresas.”, finaliza Carine.