Há 10 anos, quem imaginaria que hoje seria possível ter acesso a todo tipo de informação com um clique, na palma da mão? Embora fosse um avanço para aquela época, a internet discada em nada lembrava o wi-fi e todos os tipos de conexão que temos à disposição. E é bem provável que em 2024 vejamos as tecnologias que usamos hoje como ultrapassadas. Todas essas mudanças fizeram parte de um processo.
Steve Jobs, ao apresentar o primeiro iPhone há sete anos, deveria ter consciência da grande revolução que causaria colocando esse produto no mercado. O mesmo acontece com as empresas e investidores que estão apostando suas fichas em algumas tendências por acreditar que elas mudarão a nossa forma de se relacionar. Neste contexto, o que podemos esperar para esse mercado nos próximos meses?
Levando em consideração o atual cenário, eu aposto em um crescimento significativo da conectividade. O mercado mobile é um dos que mais têm crescido no Brasil. Segundo pesquisa feita pela IDC, a venda de tablets por aqui aumentou 21% no primeiro semestre de 2014. Ainda de acordo com a pesquisa, se juntarmos os usuários de iOS, Android e Windows Phone chegamos a quase dois bilhões de usuários. Considerando que no mundo há em torno de sete bilhões de pessoas, podemos concluir que quase um terço do mundo está conectado. Imagine o tamanho da demanda gerada por tantos usuários?
É por isso que acredito muito no potencial dos wearable devices. Devido a maior adesão da tecnologia no dia a dia das pessoas, elas estão cada vez mais em busca de hardwares que se adaptem melhor às suas necessidades. Quer maneira melhor de utilizar os recursos tecnológicos de um dispositivo do que o carregando no próprio corpo? Alguns especialistas afirmam que a nossa ligação com os smartphones tem sido tão grande que ele se tornou uma “extensão” do corpo. Quem já passou pela experiência de perder um sabe bem do que estou falando. Segundo a Juniper Research, em 2018 o mercado de wearables irá valer em torno de US$ 19 bilhões.
Os games também constituem um mercado com muito potencial de crescimento. Quem viu o filme “Her”, lançado este ano e protagonizado por Joaquim Phoenix, pode até ter pensando que os jogos superinterativos mostrados em algumas cenas fazem parte de ficção científica. Mas eu acredito que estamos mais perto disso do que parece.
Segundo levantamento feito pelo Ibope, somos o 4° maior mercado de games do mundo. Isso se deve não somente ao maior interesse das pessoas em jogos, como também ao crescimento de recursos e alternativas que trazem funções que antes não existiam. Hoje você pode jogar vários dos seus games favoritos pela plataforma mobile. Os jogos tradicionais, já não são tão sem graça também, afinal, muitos possibilitam a interação com a tela através dos recursos de 2D e 3D. Toda essa evolução também é resultado do crescimento de investimentos no setor, e ao maior número de programadores dispostos a construírem suas carreiras desenvolvendo jogos. Muitos jovens, inspirados pela ideia de tornarem o seu hobbyem “ganha pão”, estão estudando para fazerem a diferença no segmento.
Por falar em ficção científica, quem imaginava que um dia seria realmente possível ter uma casa toda integrada, que respondesse, mesmo que à distância, a estímulos simples dos moradores para abrir o portão, acender as luzes e deixar o forno pré-aquecido? Embora esteja longe de fazer parte da vida da maioria das pessoas, a internet das coisas está chegando aos poucos. Acredito que nos próximos anos iremos notar significativos avanços. Só para se ter uma ideia, um levantamento feito pelo Gartner mostra que em sete anos o total de dispositivos não operados por pessoas conectados a redes vai saltar para 25 bilhões em sete anos.
E os aplicativos? Continuarão a crescer? Essa é uma pergunta que sempre ouço de alunos e profissionais da área. Acredito que pelo menos nos próximos anos sim, afinal, eles ainda são um dos recursos mais utilizados nos dispositivos móveis. Tanto é que muitas startups e pequenas empresas estão encontrando neles uma boa oportunidade de negócio. A popularidade é tanta que olhando os comerciais de TV é possível perceber que quase todas as marcas desenvolveram um app para gerar mais valor a campanha e estreitar relacionamento com seus públicos.
Por fim, venho observando que a popularidade de aplicativos e de smartphones está chamando a atenção de muitas pessoas que buscam boas oportunidades profissionais. O salário de um especialista mobile pode chegar a R$ 20 mil. É preciso ter conhecimento nas principais plataformas e saber se manter atualizado. Afinal, esse mercado está sempre trazendo novidades.
O crescimento de profissionais dispostos a fazerem a diferença com certeza estimulará a inovação mobile, tão esperada por todos, fãs de tecnologia. Ouvi certa vez uma frase do Peter Drucker que dizia “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”. Acho que faz todo o sentido aqui. A melhoria da tecnologia começa com o aperfeiçoamento dos especialistas que trabalham na área. Eles que irão colocar a mão na massa e tornarão realidade o que hoje nos parece apenas ficção.
Lucas Longo é CEO e fundador do iai? – centro de treinamento e produtora referência em mobile.