Investidor ou empréstimo: o que é melhor para financiar o negócio?

Qual é a forma mais conveniente de financiar o crescimento do negócio? Boa parte das empresas começa com o capital próprio do empreendedor, que sozinho detém autonomia na tomada de decisões e acesso aos lucros da empreitada. Contudo, frente à possibilidade de expandir, pequenas e médias empresas comumente esbarram na necessidade de atrair mais capital.

“A decisão depende de diversos fatores, mas principalmente do modelo do negócio e do ideal do empreendedor, já que muitos não gostam da ideia de ‘dividir’ a empresa, e o lucro futuro, com investidores”, destaca Fábio Neufeld, CEO e cofundador da fintech Kavod Lending. A fintech, que recebeu aporte de um investidor-anjo em 2017 e lançou sua primeira operação em agosto do mesmo ano, já transacionou mais de R$ 3,2 milhões operando empréstimos coletivos para pequenas e médias empresas.

“Cada caso é um caso, sendo o segmento e o estágio da empresa determinantes para a tomada de decisão. Sem lucratividade, é muito difícil conseguir um empréstimo. Por outro lado, para conseguir investidores, o empreendedor precisa ter muito network, uma boa ideia e um plano de negócio convincente. É preciso levar em consideração também o tempo que cada escolha demanda”, pontua Renato Douek, cofundador e CMO da Kavod. Veja as principais diferenças entre levantar capital com investidores e contratar um financiamento.

Fintechs como opção

Ao buscar empréstimos, seja com bancos ou fintechs, o empreendedor assume uma dívida sobre a qual serão cobrados juros. Para fugir de taxas altas, demora e burocracia, pequenas e médias empresas estão voltando suas atenções para as fintechs, que são mais ágeis e cobram menos juros do que instituições financeiras tradicionais.

“Recentemente, levantamos R$ 140.000,00 para uma franquia da China In Box em duas horas e meia. Nosso negócio procura democratizar o acesso ao crédito e tornar mais justas as taxas de juros para os tomadores, além de remunerar melhor os investidores, já que atuamos com empréstimos coletivos na modalidade peer-to-peer lending”, esclarece Neufeld. O negócio tende a ser mais vantajoso do que com bancos, com custo de financiamento a partir de 1,1% ao mês.

Juros ou lucros

Enquanto a contração da dívida exige o pagamento do valor com juros – independente do sucesso ou fracasso do negócio – o valor aportado por investidores é acompanhado pela expectativa de retorno, por meio da distribuição do lucro ou venda da empresa. Afinal, estes aceitaram correr o risco de investir sem ter certeza da rentabilidade futura da empresa.

“Cabe ao empreendedor colocar na balança: é melhor pagar juros por determinado período ou dividir parte do lucro do seu negócio? Não há resposta certa, especialmente se considerarmos que a entrada de investidores na empresa também pode agregar em outros fatores, como conhecimentos específicos, exposição da marca, atração de talentos, etc. Por outro lado, essa escolha também gera maior necessidade de controles, reportes e divisão das decisões”, ressalta Douek.

Sociedade ou autonomia

Para facilitar o encontro entre investidores e negócios inovadores que buscam capital para escalar, surgem no mercado empresas como a CapTable, com plataformas para organizar e consolidar as relações entre empresas e investidores. “Fazemos uma seleção criteriosa das empresas, que passam por um processo de validação antes de serem disponibilizadas na plataforma para potenciais investidores”, explica Paulo Deitos, CEO da CapTable.

Considerando o cenário de abertura para novos sócios, o empreendedor precisa considerar que pode perder parte da autonomia na gestão e condução do negócio e terá que prestar contas sobre suas decisões. Buscar empréstimo ou abrir capital para investidores são possibilidades com prós e contras, mas cabe a cada empreendedor definir a que melhor beneficie o estágio atual do seu negócio.

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