Microempresa de açaí abre negócios em Portugal

Para a empreendedora Míriam Augusta Ferreira, o sonho de ampliar os negócios e de ultrapassar as fronteiras do mercado nacional vêm se tornando realidade. A empresária, que comanda o Grupo Açaí Aju, em Aracaju (SE), resolveu levar a cultura do açaí para terras portuguesas, com o auxílio do Programa Portugal 2020. O programa oferece uma série de benefícios por meio da concessão de incentivos para empresários que planejam se instalar no país europeu.

Segundo Mirian, a ideia de explorar para o mercado internacional já não era novidade. Desde que conheceu o PP2020, a empresária enxergou a oportunidade de concretizar seus planos. Em Sergipe, o programa foi apresentado em evento promovido pelo Sebrae, em parceria com a Associação Comercial de Sergipe (Acese) e a Câmara Brasil Portugal, em julho de 2017.

A meta do Açaí Aju é criar uma indústria de processamento de açaí com fórmula própria, comportado em potes e barras, voltados para distribuidores, além de fundar mais duas lojas para o consumidor final, gerando 15 empregos diretos, com mão-de-obra local. Em recente viagem à Europa, a empresária lançou as duas lojas, nas regiões do Algarve e Porto, com o acompanhamento do Sebrae.

“O Açaí é um produto que ainda não tem muita força na Europa. A abertura das duas lojas nos dá mais segurança e respaldo para a abertura da indústria, além de ser um ponto positivo que pode ser considerado na avaliação do Programa Portugal 2020. Acredito que essa seja uma boa oportunidade para fazer negócio e incentivar a cultura do açaí em Portugal e nos outros países”, explica a empresária.

Um dos requisitos para o apoio do PP2020 às empresas é a internacionalização do produto no final, não se limitando ao mercado português. Nesse sentido, até o segundo ano de abertura do negócio, o produto poderá ser comercializado em países como a Espanha, França e em territórios da África e Ásia.

Para Emanoel Sobral, superintendente do Sebrae em Sergipe, o caso do Açaí Aju é um bom exemplo de empreendedores que aproveitaram a oportunidade para expandir os negócios e começaram a atuar em outros Países, continentes. “É importante que as micro e pequenas empresas possam explorar o mercado internacional, não somente exportando produtos e serviços, mas também levando seus negócios além das fronteiras do país e conquistando novas oportunidades comerciais”, explica.

Tradição do Açaí

Há 20 anos no mercado sergipano, o Açaí Aju começou numa época em que o produto não era tão popular quanto nos dias de hoje. Miriam conta que sua mãe, Dona Augusta, foi pioneira na popularização do açaí em Sergipe, cuja origem vem da região amazônica. Ela criou o Açaí da Tia Augusta, que logo se consolidou e envolveu toda a família neste segmento.

“Há uns seis anos vimos a necessidade de mudar o nome da empresa e hoje somos o grupo Açaí Aju. A nossa proposta é sempre manter um produto de qualidade. Isso nos traz muito orgulho e não podemos deixar para trás. Mesmo com novos caminhos e investimentos, ainda manteremos nossas atividades em Sergipe”, afirma a empresária.

O universitário Rwan Pablo e sua esposa, a comerciante Ingrid Figueiredo, são consumidores assíduos do açaí e apostam no sucesso do produto fora do Brasil. “A gente toma açaí ao menos quatro dias da semana. Se o produto for levado com a qualidade que tem hoje, tenho certeza que dará certo em qualquer lugar”, acredita Rwan.

Portugal 2020

Portugal tem a expectativa de, até 2020, receber 25 mil milhões de euros, cujo investimento será dividido entre 16 programas, para apoiar projetos inovadores de empresas de todo o mundo no território luso.

As empresas que se candidatam para ter acesso aos incentivos do PP2020 passam por diferentes etapas, que vão desde a análise e enquadramento da ideia ou projeto, até a assistência técnica à implementação dos projetos. Os resultados das propostas serão divulgados até abril de 2018.

O Programa, fruto de um Acordo de Parceria adotado entre Portugal e a Comissão Europeia, atua com o propósito de gerar, no período de 2014-2020, ações que estimulem a competitividade, internacionalização, inclusão social, emprego, capital humano, além de sustentabilidade e eficiência no uso de recursos.

 

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