O que seria de nós hoje sem a tecnologia?

Nesse momento absolutamente excepcional da pandemia estamos sendo obrigados a fazer uma transição digital na marra. A escalada no uso das ferramentas digitais é exponencial, já que praticamente todas as tarefas precisam (ao menos idealmente) ser mediadas pela tecnologia.

Pare pra pensar. Já imaginou como estaríamos vivendo agora se a indústria digital não tivesse evoluído e nos trazido até aqui? O que seria de nós nestes dias de isolamento social sem a Internet e os serviços criados por startups e também por empresas tradicionais que se reinventaram para embarcar no digital?

Trabalho com tecnologia há bastante tempo e venho me dedicando na última década à minha empresa, o Verity. E a ameaça do coronavírus me fez refletir o quanto e como este mercado impactou nossas vidas nos últimos 10 anos.

Estou escrevendo este artigo do conforto de casa e sigo conectado com meu time o tempo todo fazendo uma gestão a distância. Aliás, mesmo distante, nunca falei e troquei tanto com a equipe.

Se precisar de uma refeição, um remédio, um supermercado, basta usar um aplicativo de delivery. Ir ao banco também não é um problema. E minuto a minuto estamos sendo inundados por informações sobre o que está acontecendo (ou não está acontecendo) lá fora.

Hoje isso tudo nos parece absolutamente normal, corriqueiro. Mas muitos, para não dizer a maioria, destes serviços que estão aqui disponíveis na ponta dos dedos, na tela do smartphone ou do laptop, nasceram e evoluíram nos últimos 10, 20 anos, após a eclosão da Internet. E me sinto agraciado por ter participado e continuar mergulhado de cabeça na edificação deste universo digital.

O coronavírus está nos fazendo reconhecer ainda mais o que já era evidente: não importa o setor, toda empresa se tornou essencialmente um negócio de tecnologia que também entrega algum bem ou serviço. Aquelas que ainda não se transformaram passarão agora por um teste de fogo e certamente terão menos chance de vencer a crise que se avizinha.

Nestes 10 anos como empreendedor no mercado de tecnologia muita coisa mudou, especialmente o entendimento das empresas sobre como atravessar a ponte da transição digital. Quando começamos, em 2010,  nossos clientes nos apresentavam um orçamento fechado e um escopo pronto. Eles já haviam definido o que seus consumidores queriam. Ou, pelo menos,  o que achavam que eles queriam.

Agora passamos por um período de transformação radical em que se discute à exaustão o customer experience. O desafio passou a ser entender quais são as dores dos nossos clientes para transformar uma ideia em produto. Onde a empresa quer chegar? O que ela está precisando entregar ao cliente? E, especialmente, quem é esse cliente? É um processo criativo que envolve, inclusive, discutir a própria estratégia do negócio e como ele pode se tornar tech.

Quem se digitalizou, repito, deverá sofrer menos os impactos econômicos da pandemia. Basta ver os números expressivos de crescimento do e-commerce nos últimos dias. As companhias que implementaram processos digitais para desburocratizar suas operações estão melhor preparadas para tocar seus negócios com suas equipes em home office. Passado tudo isso, muitas provavelmente irão repensar suas estruturas operacionais e intensificar o trabalho a distância para reduzir custos e aumentar a eficiência.

As instituições financeiras seguem abertas mesmo com as agências fechadas. Os estudantes continuam aprendendo através do EAD. Não podemos estar lado a lado com nossos pais e avós, mas conseguimos diminuir a distância através das redes sociais e chamadas de vídeo.

Liderar uma empresa de qualquer segmento de negócio nestes tempos de guerra exige pensar fora da caixa e ter alta capacidade de lidar com intempéries. E a tecnologia, claro, é e continuará sendo uma poderosa aliada para fortalecer nosso arsenal contra a crise. O digital, não se engane, se tornou uma simples questão de sobrevivência.

*Alexandro Barsi é CEO do Verity.

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