Varejo acelera a corrida pela conquista da relevância

Na atual corrida do varejo brasileiro, com o cenário da pandemia,  ninguém quer ficar para trás. Hoje a linha de chegada para varejistas não apenas do Brasil, mas do mundo todo, é uma só, avisam os especialistas: a da relevância. Ganha pontos,  troféus e a taça quem conseguir ser o mais relevante possível para os consumidores, em compras pequenas e grandes, em buscas por produtos do dia a dia, seja na loja de esquina da rua ou via internet.

No esforço para chegar na frente, a Americanas anunciou no dia 20 de abril a compra de 70% das ações do Grupo Uni.co, dono das franquias Puket, Imaginarium, MinD e Lovebrands, com 440 lojas no Brasil. Já o grupo Soma, dono das marcas de vestuário Farm e Animale, fechou no dia 26 de abril acordo de fusão com a centenária Cia Hering, por R$ 5 bilhões.

PRESENÇA AMPLIADA

Com essa transação, a Americanas pulou no negócio de franquias, onde a Uni.co atua há mais de 30 anos e amplia sua presença no segmento de presentes, moda e design. Mais do que isso, amplia as ocasiões de consumo potenciais para seus clientes. “A tese é dominar o segmento de alta frequência com ticket médio baixo para avançar na cadeia de ticket médio maior com menor recorrência, especialidade da Uni.co”, diz um executivo do setor.

Já a união do grupo Soma e da  Hering fortalece toda uma cadeia, que vai da produção industrial até a ponta de vendas numa rede formada por cerca de mil lojas no país dos dois grupos.

RITMO DA PANDEMIA

Essa corrida vem sendo anunciada por especialistas em varejos há anos, mas que foi acelerada pela pandemia. Com os consumidores em casa, a digitalização do varejo brasileiro avançou, e a compra de alimentos, roupas, presentes e objetos de decoração, também. Ato contínuo, varejistas com os mais diferentes históricos passaram a se armar para essa corrida desenfreada, com o objetivo de criar “superaplicativos” aos moldes chineses.

É uma disputa que coloca em pistas paralelas varejistas de eletrônicos, como o Magalu e a Via Varejo, marketplaces como Mercado Livre, novos aplicativos como Rappi e PicPay. Nesse páreo, estão empresas gigantes do varejo brasileiro, a exemplo de Renner, Arezzo, além da Americanas e Soma que já saíram na frente. Também correm empresas menores, de nichos, para ampliar a oferta de produtos e os pontos de contato físicos e digitais com seus clientes.

Com o mercado em ebulição, ninguém quer ficar para trás. A Arezzo tentou comprar e fez uma oferta pela Hering de R$ 3 bilhões, duas semanas antes do grupo Soma fechar o negócio. A capitalizada Renner também está com muito apetite para compras. Já anunciou que tem em caixa R$ 6,5 bilhões para esse fim.

Essa corrida do varejo não tem data limite para terminar e tende a ser mais acirrada até o final deste ano.

 

 

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