Denisson Moura de Freitas

Encarar os obstáculos não só com otimismo, mas com a obrigação de enfrentá-los – e vencê-los. Esta tem sido a filosofia de vida e de negócios do paulistano Denisson Moura de Freitas. À frente do Komgroup, holding que soma seis empresas distintas, todas fundadas por ele, o empresário é daqueles que não poupa esforços para atingir suas metas. Começou a trabalhar em São Paulo em 1985, aos 16 anos. Com 22 se mudou para Florianópolis e iniciou a carreira como contabilista. Pouco tempo depois abriu seu primeiro negócio, com a fundação de um escritório de consultoria contábil tributária.

Um ano mais tarde foi a vez de abrir a segunda empresa, dessa vez uma importadora de utilidades domésticas. O sucesso foi tanto que o empreendedor não parou mais de investir e crescer. Em 2012, o grupo comandado por Denisson registrou faturamento efetivo de nada menos do que R$ 1 bilhão. “Nosso foco é ser o melhor em tudo o que fazemos e sermos ágeis, competitivos e eficazes”, aponta.

A determinação quase feroz do empresário é herança de família. De origem humilde, ele costumava acompanhar de perto o trabalho do pai, que era missionário evangélico e dedicou a vida a ajudar pessoas carentes no Norte e Nordeste do Brasil, onde 4 3 empreendedor | maio 2013

Denisson viveu até os 13 anos. “Sempre observava meu pai construindo escolas, creches, igrejas e muitas vezes doando o pouco que tinha para ajudar sua missão, e isso chamava minha atenção, principalmente a atitude que ele tinha de não se conformar com coisas malfeitas e trabalhos pela metade.”

A mudança para Florianópolis aconteceu em 1988 graças a uma catarinense que Denisson conheceu em São Paulo durante a faculdade. “Meu primeiro emprego na Ilha foi como contador nas lojas Makenji”, conta. Mas o período como empregado foi curto: em 1991 ele fundou a Procecon Assessoria Empresarial (atual Komcorp), focada em assessoria contábil e tributária.

Sem se limitar à sua área de atuação, em 1994 o empreendedor lançou a Bella Casa, importadora e distribuidora de utensílios domésticos para cozinha, área de serviço e banheiro. Espécie de “empreendedor serial”, apenas três anos depois Denisson investiu num terceiro negócio totalmente diferente, a Komeco, fábrica de ar-condicionado e aquecedores de água, aberta em 1997 e a maior do grupo. “A marca Komeco possui três fábricas no Brasil e em breve uma fora do País. Isso demonstra, com clareza, a postura do crescimento sustentável da empresa, conquistando solidez e perpetuidade diante de um cenário global variável”, avalia.

Mas Denisson não parou por aí. Em 2009 foi a vez de inaugurar a Komdelli, indústria de alimentos que se transformou numa das pioneiras no mercado nacional de salmão. Em 2011 surgiu a Kombloc, construtora e incorporadora com atividade em São Paulo. As empresas atuam em Santa Catarina, Manaus, São Paulo e Rio de Janeiro e contam com 150 representantes, 1,5 mil assistências técnicas credenciadas em todos os estados brasileiros, equipe de engenheiros na China e fornecedores em todos os continentes.

Para organizar e criar uma sintonia entre empresas tão diversas, em 2007 Denisson decidiu criar a holding que chama de Komgroup. “O objetivo é que cada empresa tenha sua estrutura e sua equipe próprias. À holding cabe atuar nas definições estratégicas e controle fiscal”, define o empresário.

O crescimento exponencial do grupo atingiu o ápice no período de 2006 a 2008, quando chegou a registrar aumento de 200% nas vendas. “Em 2005, faturamos R$ 50 milhões, em 2012 chegamos a R$ 1 bilhão. Em 2005, tínhamos 58 colaboradores e negócio com apenas oito países. Hoje temos quase 1 mil funcionários e negócios em 66 nações”, comemora Denisson, que se orgulha ainda de importar apenas 20% dos produtos.

Diversificação é a palavra-chave das empresas do grupo, que oferecem itens tão variados como ar-condicionado, aquecedores de água para o banho, utensílios e tapetes de cozinha, alimentos como pescados e produtos derivados de pescados, serviços de importação, exportação, logística, consultoria tributária, contábil e de comércio exterior. Os produtos são distribuídos em mais de 10 mil pontos de venda em todo o Brasil.

Porém, nem sempre foi assim – e os tempos já foram difíceis para Denisson. No início da operação da Bella Casa, ele passou por um episódio crítico. “Tínhamos um cliente que comprava 80% de tudo o que importávamos e este cliente me chamou para uma reunião no Rio de Janeiro. Lá fui eu (de ônibus convencional, não tinha dinheiro para avião): tomava banho na rodoviária, colocava um terno (não era necessário, mas precisava parecer um forte empresário) e ia atendê-los”, relembra o empresário.

Para dar conta de um pedido volumoso para o Dia das Mães, Denisson chegou a penhorar tudo o que tinha. Foi quando o pior aconteceu: com os contêineres já no porto e os demais no mar, a rede varejista cancelou o pedido, alegando problema de espaço no armazém e redução de verba. “Não dava para devolver nenhuma mercadoria. Fui embora da reunião totalmente quebrado, não tinha a menor condição de pagar o banco.”

Disposto a não se deixar abater, Denisson foi em busca de representantes. Em menos de um mês, ele já havia vendido tudo e, para completar, conquistado também mais de 200 novos clientes espalhados por todo o Brasil. “Nos primeiros dias eu tive muita dor de cabeça, tive medo, mas depois percebi que era um homem mais forte e seria capaz de vencer este desafio. Hoje, quando olho os problemas, entendo que Deus quer me empurrar mais um pouquinho para frente.”

Mas é claro que o empresário não conta apenas com a ajuda divina. Investimentos em inovação e novos produtos estão sempre na pauta da empresa. Para 2013, Denisson – que recentemente foi escolhido personalidade de vendas 2013 pela ADVB/SC – projeta crescimento de 30%. “Investimos constantemente em mais produtos e novos segmentos, garantindo assim projeção nacional e resultados crescentes para levar mais conforto e satisfação aos consumidores”, ressalta.

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