Veja os 10 maiores erros da sustentabilidade nas empresas

A DOM Strategy Partners, consulto­ria focada em estratégia corporativa, identificou os 10 erros mais representativos em sustentabilidade nas empresas. A pesquisa foi baseada em en­trevistas realizadas com os executivos de 242 das 500 maiores empresas do País durante os meses de março e julho deste ano.

Entre as falhas mais recorrentes pre­sentes nas práticas verdes das companhias estão a visão e os valores dispersos e desa­linhados, falta de realismo, comunicação oportunista ou ineficiente e mensuração inexistente, dentre outras. Segundo Da­niel Domeneghetti, CEO da DOM, a sus­tentabilidade finalmente tem deixado de ser apenas custo para as companhias e já está presente no rol dos ativos intangíveis, devido à introdução de valor aplicado ao conceito. “Houve um avanço tanto na com­preensão quanto na atuação das empresas para trazer conceitos sustentáveis para o ambiente das grandes preocupações cor­porativas. Esse movimento se reflete bem no estudo, pois percebemos, que mesmo havendo erros, os líderes estão cientes de que sustentabilidade é uma fonte de valor, inovação e diferenciação no mercado”, diz Domeneghetti.

Confira os 10 erros da sustentabilida­de nas empresas apontados na pesquisa:

1- Inconsistência de governança – Apesar de admitirem sua importância, as empresas ainda tratam a sustentabili­dade como uma prática solta dentro da empresa. Mesmo com todo o discurso, o tema ainda não ganhou o apoio das lide­ranças. Além disso, não existem sistemas de gestão bem estruturados (executivos, orçamentos, metas, responsabilidades, entre outros). Um dos agravantes dessa situação é quando a gestão do conheci­mento de sustentabilidade, um dos prin­cipais elementos viabilizadores, não existe e o conhecimento se encontra disperso e implícito.

2- Mensuração inexistente – Esse erro ainda é um dos mais citados devido à quantidade de empresas interessadas em implementar estratégias ou iniciativas de sustentabilidade, mas que não conseguem fazer de forma adequada. Os aspectos tan­gíveis, intangíveis e a devida mensuração são ignorados e interferem diretamente nos resultados. A pesquisa aponta que isso é reflexo da baixa maturidade da go­vernança do tema em muitas empresas.

3- Miopia em relação aos resulta­dos potenciais – Ainda não são claras para as empresas as oportunidades de gerar e proteger o valor oriundo das ini­ciativas de sustentabilidade. Mais do que obrigação por pressão social, o conceito precisa ser um motor facilitador para a inovação, eficiência operacional, diferenciação dos competidores e fonte adicional de receitas por novos produtos, serviços ou ca­nais.

4- Baixa percepção de impacto sistêmico no entor­no – Os impactos sistêmicos (ou bilaterais) da sustentabilidade, sejam da empresa para os stakeholders ou o inverso, ainda não são percebidos com facilidade pelos executivos. Por essa razão, não são aproveitadas as ideias provindas do entorno da empresa, reduzindo o potencial impacto de­corrente da sinergia entre esses dois polos.

5- Dissociação do core business – O negócio principal da empresa precisa ser inserido na estratégia de sustentabilidade. Apoiar causas que se distanciam de seu propósito, práticas, processos, produtos e serviços centrais minimizam o impacto das ações e prejudica as perspectivas.

6- O viés unidimensional – O equi­líbrio entre as dimensões ambientais, so­ciais e econômicas (e em alguns casos as culturais) são o que norteiam a sustenta­bilidade corporativa. Os pesos e a impor­tância são determinados de acordo com as prioridades de cada companhia. Caso uma das dimensões não seja incluída no projeto, o resultado final não trará bene­fícios, mesmo que em curto prazo pareça dar certo, pois dificulta o planejamento e não visa a todos os stakeholders.

7 – Inconsistência na fixa­ção de prioridades – A sus­tentabilidade pode não atingir os objetivos de todos os envolvidos, devido às priori­dades desencon­tradas, seja por falta de mate­rialidade (aspi­rações, desejos e ideais pouco factíveis) ou relevância. Dessa forma, gera frustração e resultados pouco tangíveis para a empresa ou, até mesmo, prejuízos financeiros e de reputação.

8- Visão e valores dispersos e de­salinhados – O conceito de sustentabili­dade restrito a apenas um departamento ou uma liderança, sem permear toda a empresa, impossibilita a compreensão de todos os colaboradores, causando a dispersão e diversidade na discussão do tema. As ideias que surgem espontanea­mente devem ser direcionadas de forma correta, sem ser reprimidas. O alinhamen­to a uma mesma ambição é essencial e deve vir de cima.

9- Falta de realismo – Toda e qual­quer iniciativa sustentável precisa ser pla­nejada de acordo com o segmento e es­tratégia de atuação da empresa. De outra forma, corre-se o risco de traçar metas dis­torcidas com a realidade e os resultados tendem a ser subvalorizados.

10- Comunicação oportunista ou ineficiente – A comunicação é parte fundamental da estratégia, pois se for in­consistente, pode não engajar o público interno e ser insuficiente para os demais stakeholders. Pior ainda, pode ser vista como uma ação oportunista, prejudicando a credibilidade da empresa e suas iniciati­vas. Investir na comunicação responsável e contínua é a melhor saída que existe para mitigar o risco e atingir os perfis certos. As empresas devem conhecer bem seus di­versos públicos, adequando a linguagem, o canal e a abordagem a cada um.

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