O Google continua apostando pesadamente em sua plataforma Google Cloud e, embora haja crescimento acelerado da receita, suas perdas também estão aumentando. A empresa, pela primeira vez, divulgou seus números: no ano fiscal que terminou em 31 de dezembro, a operação Google Cloud gerou prejuízos de US$ 5,6 bilhões, mesmo tendo faturado US$ 13,1 bilhões.
“Os prejuízos seguem crescendo, assim como o faturamento – mas este cresce em ritmo mais acelerado, levando a empresa a continuar apostando em seu negócio de nuvem: criou vários data centers em 2020 e ao que parece, pretende criar outros em breve. Investiu também em uma série de aquisições”, afirma Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Ao anunciar os resultados, o CEO do grupo, Sundar Pichai, disse acreditar que muitas empresas migrarão para a nuvem, razão pela qual há muito mercado a conquistar. Disse também que o Google pretende aproveitar todas as oportunidades de crescimento que surgirem, que o faturamento vem crescendo de forma consistente e que há clientes de porte assinando grandes contratos de longo prazo, e que esse aumento da base de clientes levará as economias de escala a contribuir para que a operação se torne lucrativa.
Enquanto isso não ocorre, o principal negócio do Google, a publicidade, teve um forte crescimento no último trimestre de 2020 e está bancando a expansão dos serviços de nuvem; seu faturamento foi de US$ 56,9 bilhões, apenas no último trimestre.
É uma briga de cachorros grandes: além do Google, gigantes como Amazon, IBM, Microsoft e muitos outros lutam por esse mercado e só o tempo dirá quais continuarão na arena.
Parcerias – O banco BV, um dos maiores bancos privados do país, anuncia que assinou um acordo com o Google Cloud para aprofundar sua jornada contínua de inovação, explorando novas oportunidades de soluções no mercado, com ênfase no uso intensivo de Dados e Inteligência Artificial. A iniciativa constitui a primeira fase de uma parceria de longo prazo entre o BV e o Google Cloud onde ambas as empresas estão comprometidas em explorar outras oportunidades a fim de escalar o trabalho conjunto no futuro. Através das tecnologias em nuvem, o BV reforça sua estratégia de longo prazo focada em Open Finance.
“A proposta é unir forças e contar com a tecnologia do Google Cloud para alavancar ainda mais o que o BV já vem fazendo no mercado. Eles agregando conhecimento de inteligência de dados e tecnologia, e nós com a expertise de crédito e outros produtos financeiros, numa busca contínua por inovação para o setor”, afirma Guilherme Horn, diretor de Estratégia e Inovação do banco BV.
O acordo engloba uma frente tecnológica e uma de negócios. A frente tecnológica, já iniciada, envolve um plano acelerado de evolução de aplicações já existentes, com uso de dados e adoção de soluções de Inteligência Artificial e Machine Learning. Por meio destes projetos, o BV se beneficia da escalabilidade, flexibilidade e segurança da nuvem do Google, com ganhos de eficiência operacional e maior agilidade no time-to-market dos produtos. Isto ocorre num momento chave, em que o setor financeiro está atravessando grandes transformações, fomentadas tanto pelas demandas e expectativas dos consumidores como pelas mudanças regulatórias.
Com a evolução desta jornada, todas as transações e operações críticas do banco serão processadas na nuvem do Google. O BV passa a adotar soluções do Google como pilares da sua estratégia de tecnologia. O Apigee – plataforma de gerenciamento de APIs (Interface de Programação de Aplicativos), por exemplo, será uma peça central na estratégia de Open Banking do BV, permitindo a integração com outros ecossistemas digitais, como plataformas de pagamento mobile, de forma rápida e segura. De valor essencial para o longo prazo, o Anthos, plataforma de modernização de aplicações, possibilita maior agilidade na criação e gestão integrada de aplicativos em nuvem híbrida, ou mesmo multi-cloud, que é um pilar chave para aprimorar e maximizar a experiência de usuários e inovar mais rapidamente.
“Estamos extremamente entusiasmados com esta parceria porque ela se alinha com dois pontos centrais para nosso negócio. O movimento do BV, ao ser disruptivo tanto em escopo como na velocidade, sinaliza o caminho para outras empresas brasileiras sobre como usar a nuvem como aliado frente às radicais mudanças que estão acontecendo em todas as indústrias, em especial a financeira. Não se trata somente de uma questão de tecnologia e de custos. Além disso, a estratégia do BV em construir soluções através de seus parceiros se alinha com a visão do Google Cloud de que dados e APIs abertas são os habilitadores centrais na transformação dos negócios, além de novas formas de colaboração”, afirma Marco Bravo, Head de Google Cloud no Brasil.