Inovação é diferencial para os pequenos negócios

Aos 26 anos, o jovem paraense Marcelo Folha Júnior aprendeu uma lição que mudou a história do Corleone Restaurante e Eventos, espaço aberto por ele e mais dois sócios há  dois anos em Belém (PA). Segundo ele, inovar é preciso para se manter no mercado. Afinal, em pleno século 21, não dá para ignorar que a inovação é oxigênio para as empresas, independente do seu tamanho. A medida agrega valor aos produtos e diferencia o empreendimento no ambiente competitivo.

Formado em Administração, graduando do curso de Direito, e pós-graduado em gestão financeira, Marcelo Folha admite que não se preparou para empreender. “Eu não fiz o básico do que reza a cartilha de quem quer abrir uma empresa, como elaborar um plano de negócio”, diz o empresário, que conseguiu tirar o empreendimento do vermelho graças ao atendimento que recebeu do Sebrae, por meio do programa Agentes  Locais de Inovação (ALI). “O primeiro passo foi realizar o diagnóstico do restaurante. Ele foi a base para a elaboração do plano de ação e apontou as melhorias que deveriam ser adotadas”, explica a analista do Sebrae no Pará Naiana Mainieri, gestora do ALI no estado.

O estudo mostrou dois pontos a serem trabalhados: mensurar os resultados e elaborar um plano de comunicação.  “Com o plano, viramos o jogo e tiramos o restaurante do vermelho. Definimos nosso público e criamos o sucesso da casa, que é o almoço executivo, hoje custando R$ 16,99. Também ampliamos o recebimento de vale-alimentação e criamos descontos promocionais para empresas e o cliente fidelizado”, reforça.

Segundo Marcelo, com essas medidas o número de clientes mais que duplicou, diariamente. “Temos 160 clientes e vendemos perto de 60 almoços executivos por dia”, ressalta o empresário, lembrando que o objetivo é intensificar as ações de melhoria de produtos, atendimento e gestão do negócio, a partir dos resultados das pesquisas de satisfação que vem realizando e com a implantação da ISO 9001, norma da qualidade.

O jovem empresário Vitor Alves, 25 anos, comanda a área de inovação e software da Empresa Brasileira de Informática (EBI). Fundada pelo pai, Célio Alves, há 21 anos, a EBI conquistou o mercado, sendo, hoje, referência no ramo de automação, com um portfólio de 4,5 mil clientes no estado. “Crescemos uma média de 30% ao ano”, frisa Vitor. Segundo ele, esse crescimento poderia ter sido maior se tivesse percebido antes a necessidade de alguns ajustes. “O agente de inovação do Sebrae nos ajudou a ver que somos bons na área de tecnologia, mas que era preciso melhorar na gestão da empresa, principalmente nas áreas financeira e de pessoas”, destaca.

O empresário, que foi vencedor da etapa estadual o Prêmio MPE Brasil, na categoria Serviços de Tecnologia da Informação e destaque de Responsabilidade Social, ciclo 2013, tem planos ousados para a EBI. “A nossa meta é crescer 50% em relação ao que somos hoje até final de 2015”.

Destaque internacional

Os investimentos em um produto inovador rendeu à Ytchie Comércio de Peças e Acessórios, dos sócios Dilson Iamamoto e Eduardo Arima, o prêmio Stefhan Schmidheiny em 2013, promovido pelo Centro de Intercâmbio e Conhecimento, da Costa Rica para reconhecer empreendedores sociais e seus novos e mais efetivos modelos de criação de valor.

A empresa venceu na categoria Inovação no Impacto Ambiental, por causa do BioMagnetizer, um produto que melhora a combustão nos motores que trabalham com álcool e combustíveis derivados do petróleo. De acordo com seus fabricantes, esse dispositivo é capaz de deixar um carro até cinco cavalos mais potente, 25% mais econômico e poluir 96% menos o meio ambiente.

A empresa, que foi a única vencedora no Brasil, concorreu com mais de 450 projetos de todo o mundo, ficando entre os 22 selecionados, após as quatro etapas do prêmio. “Nem sabia que eu era um empreendedor social, por trabalhar com a despoluição, ajudando na redução de doenças”, comenta Dilson. O empresário viajou para a Costa Rica com tudo pago para receber a premiação e participar de uma oficina de empreendedorismo social.

“A premiação é o reconhecimento de anos de dedicação e investimentos de dinheiro e tempo de nossas vidas. Ela dá mais credibilidade ao nosso produto”, diz Eduardo. Segundo o empresário, o apoio de algumas entidades e instituições foi fundamental para as conquistas. “Agradecemos muito ao Sebrae, que nos tem apoiado na participação em grande eventos, como Feira do Empreendedor e Rio + 20”, comenta.

A instituição também prestou apoio aos empresários por meio do ALI. “Apoiamos na busca de parceiros e instituições que viabilizassem o projeto, além de oferecer consultorias para o planejamento adequado da empresa”, informa a gestora do Sebrae Naiana.

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