Em um mês, com a parceria, índice melhorou em 60% na Favela da Rocinha, a segunda maior do país, mas que tem apenas um CEP
Imagine a dificuldade de entregar um cartão bancário para Maria de Souza, na Rua 15, viela 9, casa 35-B, na favela da Rocinha. Ou para José da Silva, na Rua 33, casa 15 (baixos), do lado do mercadinho do Binho. Esse desafio se traduziu em anos de insucesso nas entregas da Flash Courier, empresa do Grupo MOVE3, naquela comunidade. Em números, metade dos pacotes não chegava ao destinatário. Mas o jogo começou a virar quando a holding firmou parceria com a Carteiro Amigo, logitech da Rocinha pioneira nas entregas em favelas. Um mês depois, só 18% das entregas não chegam ao destino: avanço de 60%, com perspectivas de melhorar muito mais.
“A logística precisa de um beta contínuo nos muitos territórios sem CEP ou com CEP único do País”, diz Guilherme Juliani (foto em destaque), CEO do Grupo MOVE3. No caso da Rocinha, segunda maior favela do país, com 67.199 habitantes (segundo prévia do Censo 2022), só há um CEP. Ao lado, na comunidade do Vidigal, também localizada na Zona Sul do Rio, os cerca de 12.800 moradores contam com dois CEPs.
“Fomos à Rocinha para entender porque as entregas tinham uma taxa de insucesso tão grande com nosso parceiro anterior, sediado no Centro do Rio”. Lá, a equipe conheceu e contratou a Carteiro Amigo, logitech que atende inúmeras comunidades no Rio e em São Paulo. No primeiro mês, a parceria incluiu apenas as entregas de cartões e outros itens bancários. Com dois entregadores exclusivos para a holding paulista, trabalhando com motos ou a pé para cumprirem, em média, 2 mil entregas em 30 dias. Cada encomenda demora, no máximo, dois dias para chegar ao destino.
“Participei de uma mentoria dada pelo Guilherme e admiro muito a história do Grupo MOVE3, que começou pequeno, e assim como nós, e foi crescendo. Hoje estamos juntos levando dignidade para milhares de brasileiros, que podem ter um CEP para chamar de seu”, diz Carlos Pedro da Silva Júnior, morador da Rocinha que criou o Grupo Carteiro Amigo há 23 anos, com os primos Silas da Silva e Elaine da Silva.
Na época, eles eram recenseadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na Rocinha e perceberam a dificuldade para encontrar as casas que seriam visitadas. “Se era complicado para nós, que éramos moradores, imagina para quem não é daqui”, afirma Carlos.
Para mapear as comunidades, atribuindo um cep para cada rua, a Carteiro Amigo começou usando os mapas do recenseamento do IBGE e os dos agentes de saúde do SUS. Hoje, a logitech faz toda a roteirização usando a tecnologia do Google, o Plus Code. Assim, todas as residências das comunidades ganham um CEP.
Pelo volume demandado pelo Grupo MOVE3, a Carteiro Amigo recebeu por volta de R$ 6.800. “Esses valores devem crescer exponencialmente. Os primeiros resultados são muito animadores e nossa expectativa é de abrir esses CEPs para o e-commerce, o que vai dobrar ou mesmo triplicar o volume das encomendas. Além do ganho para a operação, a gente efetiva um braço ao qual dedicamos muita atenção que é o ESG, a inclusão social porque esse e outros parceiros vão gerar mais empregos e melhorar as condições de vida de centenas de brasileiros”, diz Juliani.
Sobre o Grupo MOVE3
O Grupo MOVE3 está presente no mercado há mais de 30 anos e é referência em logística no Brasil. Sediado em São Bernardo, no ABC Paulista, opera em um espaço de mais de 40 mil m². Entre as empresas que fazem parte do grupo está a Flash Courier, líder no setor bancário e com uma carteira de clientes composta por agências financeiras, bancos, empresas de ingressos, gestoras de benefícios como vale-alimentação, refeição e transporte, planos de saúde, entre outros segmentos, além da Moove+, Moove+ Portugal, a gráfica JallCard, a fintech M3Bank, a startup goX Crossborder e as transportadoras Rodoê e Carriers. Para se ter uma ideia da proporção da operação, atualmente, a malha de distribuição realiza em torno de 10 milhões de entregas por mês.
Sobre o Grupo Carteiro Amigo
A GCA Ventures é uma aceleradora de negócios de impacto, que investe em projetos nas áreas de logística, finanças, marketing, Inteligência de dados e economia circular de resíduos. O nosso principal objetivo é impulsionar e desenvolver novas oportunidades de negócios que gerem um impacto positivo, incentivando o empreendedorismo e a empregabilidade nas favelas. Tudo começou nos anos 2000, quando três jovens empreendedores da comunidade da Rocinha enfrentaram a dificuldade de receber suas correspondências em casa por não possuírem um CEP exclusivo, privando-os de um direito básico. Ao longo dos últimos vinte e três anos, nossa holding tem trabalhado incansavelmente para construir um ecossistema de produtos inovadores, com o propósito de melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas que atualmente residem nas comunidades.