Com técnicas cada vez mais avançadas de golpes, especialista indica 3 formas de evitar fraudes utilizando a tecnologia
Segundo o Mapa da Fraude, em 2023, o Brasil registrou 3,7 milhões de tentativas de fraudes, o que, em valores, representou um montante de R$ 3,5 bilhões. No país, essas práticas estão cada vez mais comuns e, segundo levantamento baseado em relatórios do Fórum Nacional de Segurança Pública, da Kapersky e outras fontes, durante o ano passado, houve um aumento de 35% no número desses crimes. Em grandes efemérides, como é o caso do Dia das Mães e da Black Friday, em que há aumento da demanda de vendas e com golpes cada vez mais sofisticados e frequentes, é justamente a tecnologia uma das maiores aliadas para evitar prejuízos.
Conforme explica Danilo Coelho, diretor de produtos e dados da Quod, datatech atuante no segmento de análise de crédito, prevenção à fraude e inteligência de cobrança, “assim como a tecnologia colabora para que mais soluções sejam desenvolvidas para evitar as fraudes, ela também está no contrapeso, já que golpistas se apropriam dessa inovação para aprimorar suas próprias técnicas. Por esse motivo, ferramentas como Machine Learning, que propõem o aprendizado constante dos sistemas a partir dos dados que consomem, são tão cruciais”, explica.
Pensando nisso, Danilo exemplifica algumas das principais transformações no combate às fraudes proporcionadas pela tecnologia. Confira!
Análise de comportamento
Datatechs oferecem inteligência baseada em dados para auxiliar na identificação desses crimes. Com um histórico capaz de realizar mais de centenas de milhões de consultas, podem, por exemplo, mapear procedimentos usados por golpistas com base em técnicas avançadas de Machine Learning. Dessa forma, a própria ferramenta consegue aprender padrões, alertando sobre a possibilidade de uma fraude – por mais recente que seja a prática. É o caso dos Scores de risco – que marcam pontuações baseadas no perigo de determinada atividade.
Isso se torna importante, pois, com o desenvolvimento de metodologias para aplicação de crimes, é necessário um aprendizado constante para evitar que soluções se tornem obsoletas. Esse processo em tempo real e integrado à rotina economiza tempo e dinheiro dos negócios-alvo de atores mal-intencionados.
Identificação de pagamentos
Ainda, com métodos de pagamentos cada vez mais digitalizados, com a expansão das compras online, o checkout também se torna uma operação de risco para as empresas. Portanto, ter soluções que possam certificar os riscos dos procedimentos também é uma maneira efetiva de evitar golpes.
Para Danilo, “uma das práticas mais comuns de golpistas é se aproveitar de gargalos em ferramentas de pagamento. Para lidar com isso, na própria Quod vimos a necessidade de desenvolver soluções capazes de autenticar cartões – utilizando algoritmos para validar as compras em larga escala, sem atrapalhar as vendas e aumentando a segurança da operação. Esse tipo de operação exige uma grande capacidade de análise em escala, justamente, para que não haja demora em um processo de venda, por exemplo. Nesse sentido, a tecnologia é uma grande facilitadora da alta performance”.
Transformando dados em inteligência
“Essas tecnologias não são mais exclusivas de grandes instituições financeiras. Hoje, o varejo também conta com uma miríade de soluções capazes de alertar riscos em todos os processos de compra e venda, em parte, porque a agilidade do desenvolvimento de novas práticas fraudulentas exige capacidades de análise cada vez mais ágeis”, explica Danilo.
Isso porque a análise de dados, auxiliada pela tecnologia, é um fator determinante que é, hoje, acessível para evitar não só as fraudes, como também para alertar sobre operações financeiras de risco que podem colocar um empreendimento em situações não favoráveis. “As IAs que pensam e aprendem não são mais personagens de ficção científica, essas tecnologias fazem parte do dia a dia desse novo mercado. Por isso, investir em inteligência de dados como aliados para os negócios é uma tendência”, completa Danilo.