As vendas no pequeno varejo tiveram alta de 11,2%, em maio, ante o mesmo período de 2007, segundo apurou a Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV) da Federação do Comércio do Estado de São Paulo. No acumulado do ano, a alta foi de 8,1%.
O segmento de Lojas de Material de Construção apresentou o maior crescimento de faturamento no mês de maio, 26,5%, em relação ao mesmo período de 2007. No ano, o desempenho fechou com alta de 31%. Este comportamento continua sendo reflexo do aquecimento do setor de construção, além da expansão de crédito. A expectativa para o segundo semestre é um desaquecimento das vendas, por conta da elevação de juros.
O segundo melhor resultado da PCPV ficou com as Lojas de Vestuário, Tecidos e Calçados que tiveram um bom crescimento, apontando alta de 14,9% no contraponto ao mesmo período de 2007 e acumulado de 9,2% no ano. O resultado é reflexo de características desse setor, que é pouco concentrado e vende bens de valor unitário relativamente baixo e de reposição obrigatória, além do Dia das Mães, que alavancou as vendas.
O setor de Lojas de Móveis e Decorações, alcançaram alta de 12,5% na comparação com maio de 2007, e chegaram a 7,9% de elevação em 2008. A tendência é de que as vendas do setor acelerem no médio prazo, devido à expansão do mercado imobiliário.
As Lojas de Eletroeletrônicos apresentaram alta de 6,6% no faturamento, mediante ao mesmo período de 2007. No ano, os resultados atingem queda de 1,4%. A expectativa é que os bons resultados mensais permaneçam, também em função do mercado imobiliário, que influenciam, em pequena porcentagem, as vendas do setor.
O segmento de Alimentos e Bebidas mostrou uma alta de 2,4% em maio, na comparação interanual, mas no acumulado do ano apresenta queda de 1,3%. É um quadro bastante crítico, apesar do aumento da renda e do emprego, as pequenas mercearias e supermercados não conseguem mostrar um recuperação verdadeira, A tendência é que a realidade não se altere nos próximos meses.
As Farmácias e Perfumarias tiveram alta de 2% no faturamento de maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, e acumulam baixa de 1,4% em 2008. A perda acelerada de espaço para as grandes redes preocupa, dado que a venda de remédios em termos gerais continua a crescer. Porém, a concentração parece inevitável no segmento, o que deve ser acompanhado de perto pelos efeitos colaterais que isso pode trazer aos empresários de pequeno porte e consumidores.
O pior desempenho da PCPV continua a ser o das Lojas de Autopeças e Acessórios, que apresentaram baixa de 15,6% no contraponto a maio do ano anterior. Em 2008, o setor acumula queda de 20,3%. Essa posição não é propriamente uma novidade para as empresas do segmento que enfrentam problemas de concorrência com grandes redes, a venda de autos novos que reduz a necessidade de manutenção, o aumento da participação de mercado por parte das concessionárias e a entrada de peças chinesas.
Nota Metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Pequeno Varejo (PCPV) é apurada mensalmente pela Fecomercio com dados desde 2004 que são coletados junto a cerca de 600 estabelecimentos comerciais no Estado de São Paulo, com faturamento anual de até R$ 2,4 milhões. A pesquisa tem como objetivo medir o desempenho das micro e pequenas empresas do comércio varejista em seus vários ramos de atividade. Das informações são gerados indicadores de faturamento nominal e faturamento real. Os dados da pesquisa auxiliam o empresário varejista na comparação da evolução do seu negócio em relação as demais empresas do setor, servindo como um balizador das suas atividades no curto prazo. O indicador permite ainda identificar as diferenças de desempenho por porte de empresa, contribuindo para a geração de políticas e/ou estratégias específicas de acordo com o porte e setor de atuação das empresas. Para a indústria auxilia no planejamento da produção, vendas e estoques, orientando a tomada de decisões estratégicas.
Esta pesquisa integra a carta conjuntural da Fecomercio. Mais informações no site: www.fecomercio.com.br