Brasileiro pagará 11% mais caro em alimentação até o final do ano

Os preços dos alimentos devem ficar 11% mais caros até o final deste ano, segundo projeção da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica).

Para o economia da fundação e coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor), Márcio Nakane, a previsão é bastante otimista, tendo em vista os últimos números apresentados. "Fizemos a previsão para o primeiro semestre e seria uma inflação de 8,5%. Isso sugeriria um segundo semestre bem favorável para alcançar os 11%", informou.

De acordo com ele, a taxa é um pouco defasada, mas é a previsão e a fundação não tem a intenção de mudar.

Pressão
Tendo em vista o IPC, o que se analisa é que determinados alimentos estão pressionando a inflação. Dados divulgados, na quarta-feira (11), pela Fipe mostram que, na primeira semana de junho, o arroz foi o produto com maior encarecimento, de 21,86%.

Enquanto isso, a inflação geral ficou em 1,30% e a de alimentos, em 3,68%. Outro produto que contribuiu para a taxa do grupo foi a carne bovina, com aumento de preços no patamar de 6,30% na primeira quadrissemana de junho.

Outros alimentos que merecem destaque são o frango, com alta de 7,31% no período analisado, e o leite, com inflação de 3,27%.

Comer fora de casa
De acordo com o vice-presidente da Assert (Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador), Roberto Baungartner, determinados insumos e alimentos in natura vêm sofrendo variações que influenciam na alimentação feita fora de casa.

Ainda segundo ele, neste caso, a inflação deve se manter em um patamar alto. "Muito mais próximo do topo do que do piso. É claro que há muitos grãos na entressafra, mas é um problema mundial de desequilíbrio estrutural entre a oferta e a demanda, que, lamentavelmente, reflete no mercado interno".

Já o vice-presidente de comunicação da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Martinho Paiva Moreira, disse, baseado em dados da ONU (Organização das Nações Unidas), que o trigo deve ficar 15% mais caro até o final do ano em termos mundiais, enquanto o preço da carne bovina avançará na mesma proporção até novembro.

O arroz, por sua vez, deve sofrer inflação de 15%, depois de setembro. "As commodities subiram e a previsão é de que os preços continuem subindo, tanto em supermercados quanto para comer fora de casa", conclui.

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