Para empreender com segurança, é necessário conhecer os fornecedores

Profissionais dão dicas para evitar fraudes financeiras e problemas jurídicos no negócio

Para empreender com sucesso, especialistas orientam sobre como é preciso conhecer o mercado, construir um plano de negócio, vender e divulgar pela internet seu produto ou serviço. Também destacam a importância de ter dedicação, planejamento, responsabilidade e atenção para lidar com burocracias para o negócio.

A questão da segurança na relação entre empreendedores e fornecedores ainda é pouco debatida. Para a gerente-geral da Operação e co-fundadora da Honest Market Brasil, Ana Paula Moraes, este é um assunto que merece atenção.

Ela salienta a importância de empreendedores buscarem parcerias com empresas idôneas. Para isso, é necessário obter informações relacionadas a processos judiciais e impeditivos financeiros, e analisar, até mesmo, a relação desse fornecedor com seus próprios clientes.

“Procurar por fornecedores que estejam afiliados a associações da categoria, como franquias que estejam vinculadas à Associação Brasileira de Franchising (ABF), poderá ajudar o empreendedor, uma vez que a força da entidade está por trás. Além disto, há a possibilidade de contar com consultorias que podem auxiliá-lo nessas tarefas de análises”, exemplifica Ana Paula, acrescentando que os feedbacks de clientes que utilizaram os produtos ou serviços da empresa fornecedora também é uma excelente forma de se precaver.

Tipos de golpes
Para empreender com tranquilidade e não ter dores de cabeça com fornecedores, é preciso estar atento a golpes. Ana Paula afirma que os principais tipos de fraudes desse segmento estão ligadas à parte financeira, principalmente ao realizar pequenas ações como pagar boletos ou transferências bancárias sem checar a origem da cobrança. O CEO do Exato Digital, Leandro Casella (foto em destaque), também destaca a importância de pequenas e médias empresas monitorarem seus parceiros na área jurídica, principalmente na assinatura de contratos.

O profissional também alerta que existem outras práticas criminosas que podem envolver fornecedores, como crimes de lavagem de dinheiro, associação com trabalho escravo e financiamento de atividades terroristas e corrupção.

Para Casella, ao cair em um golpe de qualquer área, a produtividade e a gestão financeira do empreendimento podem ser prejudicadas. Além disso, o acontecimento também pode manchar a reputação da empresa perante seus clientes, pois expõe falta de segurança da organização. “É preciso conhecer muito bem seu fornecedor”, reitera.

Know your supplier
As políticas de know your supplier (KYS) ou “conheça seu fornecedor” estabelecem formas de seleção, contratação e gestão de fornecedores para empresas. As ferramentas dessa prática contribuem para proteger o negócio de fraudes, riscos fiscais e jurídicos.
O CEO da Exato Digital explica que esse processo de mitigação de riscos também revela se o parceiro está em compliance com as leis vigentes, pois, além do próprio negócio, o fornecedor da empresa também deve estar em conformidade com a legislação.

Dessa forma, empresas que aplicam os procedimentos de KYS se destacam no mercado, pois passam a conhecer mais seus fornecedores, reduzindo os riscos de trabalharem com empresas de histórico e reputação negativos, prezando também pela integridade do seu empreendimento.

Verificação e avaliação de dados

Uma das formas de empreendedores exercerem as políticas de know your supplier e se prevenirem é por meio da verificação e avaliação de dados de fornecedores. Conhecida como background check de fornecedores, essa prática tem o objetivo de validar informações de pessoas físicas ou jurídicas nos principais órgãos oficiais.
Casella explica que nos relatórios de background check constam dados de inúmeras fontes como Receita Federal, Controladoria Geral da União, Tribunais, Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB), eSocial e bureaus de crédito.

“Essa prática é recomendada para empreendedores, pois é possível verificar a situação cadastral, fiscal e trabalhista do fornecedor. Porém, oriento, sempre, que o processo seja realizado de forma automatizada, para facilitar a checagem com agilidade, segurança e baixo custo”, finaliza.

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