Grandes empresas terão juros mais altos

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) reduziu a oferta de empréstimo com juros mais baixos a setores com alta rentabilidade. Desta forma, o BNDES pretende evitar que investimentos considerados estratégicos para o governo sejam prejudicados pelo ajuste fiscal e pela diminuição de aportes do Tesouro Nacional.

A mudança foi avaliada pelo presidente do banco, Luciano Coutinho. Segundo ele, o BNDES terá fôlego para honrar todos os compromissos previstos no Programa de Investimentos em Logística.“Optamos por não fechar portas. O que fizemos foi diminuir a participação da chamada TJLP [Taxa de Juros de Longo Prazo, financiamento com taxas mais baixas] para os setores com alta rentabilidade e maior acesso ao mercado”, explicou.

“Nesta área estão grandes empresas e segmentos que têm mais facilidade de obter financiamento no mercado. Fizemos, então, [o corte] de maneira diferenciada e bem calibrada, sem deixar nenhum setor fora”, disse Coutinho na Empresa Brasil de Comunicação, onde participou do programa Brasil em Pauta.

Desta forma, disse ele, foi possível priorizar os investimentos a serem aplicados no setor de infraestrutura, que demanda longo prazo de financiamento; na inovação tecnológica e na sustentabilidade social e ambiental. “Os investimentos em mobilidade urbana também foram preservados. Portanto, fizemos de uma forma racional o processo de priorização das nossas linhas.”

Coutinho garantiu que o BNDES terá fôlego para arcar com os compromissos assumidos pelo Programa de Investimentos em Logística. “Nós nos preparamos em 2014 para enfrentar, durante o ano de 2015, um período em que nossa capacidade de receber recursos do Tesouro Nacional seria muito diminuída”, disse ele durante o programa.

“Estamos preparados também para honrar todos os contratos ao longo de 2015 e nos preparando para honrar os leilões do programa de concessões, que virão em 2015 e 2016, de forma a assegurar o sucesso do programa que vai aumentar a eficiência da logística brasileira”, acrescentou Coutinho.

Ele informou que a “reengenharia” vinha sendo pensada desde o fim do ano passado, para ser aperfeiçoada posteriormente, durante a etapa de discussão do Programa de Investimentos em Logística. “O banco estava preparado para o cenário de ajuste fiscal desde o ano passado. Isso facilitou muito, porque havíamos feito reflexão profunda sobre a melhor maneira de ajustar a instituição ao novo quadro.”

 

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