Desenvolvimento sustentável e inovação: o desafio

Cerca de sete bilhões de pessoas habitam o planeta. Uma população como essa em busca de melhor qualidade de vida equivale ao consumo cada vez maior de produtos, ao uso de recursos naturais como energia, água e matérias-primas renováveis e não renováveis.

Haverá recursos para todos? E quanto aos impactos negativos ao meio ambiente? Não por acaso estratégias para a sustentabilidade se tornam cada vez mais uma condição para a competitividade de empresas globais. A indústria localizada no Brasil não foge à regra.

Desafiada pelas mudanças no sistema regulatório do País, que atribui às empresas responsabilidade sobre o impacto ambiental e social de suas atividades e produtos, a indústria automobilística brasileira tem encontrado respostas inovadoras em curto e médio prazo. São exemplos o aprimoramento e o desenvolvimento de carros elétricos e híbridos, além de tecnologias para a aplicação de novos materiais e para o uso eficiente de combustíveis alternativos ao petróleo.

Mas, aqui, como em qualquer outro lugar do mundo, ainda dependemos de recursos naturais não renováveis na maioria de nossas operações industriais. Acredito que, em longo prazo, a busca contínua da sustentabilidade na fabricação e uso de veículos automotores é questão de sobrevivência para o setor.

Trata-se de uma tarefa que vai requer inovação como nunca antes, se considerarmos a escassez de materiais, as mudanças climáticas e na biodiversidade, e, sobretudo, a qualidade de vida no planeta. Esse pode ser o maior desafio para os fabricantes de veículos: manter a competitividade em cenários de alto risco, desfavoráveis à redução de custos que tanto perseguimos. Mas não será o único.

Apesar dos avanços alcançados, como a redução das emissões de poluentes, temos um longo caminho a percorrer. Em seu primeiro volume da série de estudos “Sustentabilidade no Setor Automotivo”, lançado este ano, o Instituto Ethos reafirma que os desafios da indústria nessa matéria são tão abrangentes quanto é a própria sustentabilidade, no sentido mais holístico da palavra. E eles começam na cadeia de fornecimento (fornecedores e subfornecedores até a extração da matéria-prima) e de biocombustíveis.

Assim, os materiais renováveis, a eficiência energética, a redução dos resíduos e as tecnologias são mais do que relevantes nos processos produtivos e na conservação dos recursos naturais ainda disponíveis.

Esse é um dos assuntos de destaque no Congresso SAE BRASIL 2012, dia 3 de outubro, no âmbito do painel Sustentabilidade, que trará o tema “Desenvolvimento Sustentável e Inovação na Indústria Automobilística”, para um debate em seu contexto atual e mais abrangente.

Nelson Branco é diretor do comitê de Sustentabilidade do Congresso SAE BRASIL 2012.

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