O olhar do Novo Empreendedorismo

por Joel Fernandes

Vamos imaginar que a pessoa, no seu evento inicial, ao invés de investir num empreendimento comercial, decidisse se concentrar numa carreira política. O que a pessoa faria então? Previsivelmente se candidataria a vereador de seu município. Sendo exitosa, ela venceria as eleições.

E o que a pessoa faz após ser eleita? Começa a trabalhar, trabalhar e trabalhar, como faria se fosse um empresário. Mas neste caso tem algo diferente do mundo empresarial. O vereador, daqui a quatro anos, tem que passar por outro evento: novas eleições. Pode se candidatar à reeleição ou a prefeito. Mas é um evento previamente estabelecido que ele não pode mudar. Se quiser continuar na carreira política, tem que se candidatar.

E aí algo extraordinário acontece. Cada ação do vereador será feita visando ao presente e simultaneamente ao futu ro. Ele não trabalha em vão, sem rumo, simplesmente para ver o que acontece. Ele tem um norte muito bem estabelecido. Ele sabe para onde guiar o olhar.

Tudo o que faz visa ser vitorioso no próximo evento. Ele tem que fazer bem-feito hoje para não ser descartado amanhã. Isso ele consegue quando tem em mente que servir à comunidade é uma causa nobre. O falso interesse tem seu preço cobrado e o mau político, mais cedo ou mais tarde, fica na estrada.

Mas algo ainda mais extraordinário acontece na carreira do vereador. Ele tem um evento final. E que evento seria este? Isso mesmo o que você pensou: ser presidente da República! O quanto é inspirador e energizante para alguém que tem em seu início de carreira a intenção prévia de vir a ser presidente de um país.

Ao longo dessa carreira tem diversos eventos intermediários (deputado, governador, senador) que funcionam como eventos finais (que têm que acontecer) e que gradualmente vão qualificando-o para o evento final. Permitem que ele vá continuamente se entranhando num futuro, que no início da carreira era inspirador, porém distante e grande demais. Mas à medida que avança e se lembra continuamente de sua intenção prévia, a realização da presidência fica cada vez mais à mão.

Para o vereador, o futuro não é uma variável do tempo que ainda vai acontecer. Ele já está presente na ação do dia a dia que há de conduzi-lo à realização do evento final. Mesmo que nem todo vereador chegue a ser presidente, aqueles que pensam longe e grande, e mantêm em suas mentes a lembrança inspiradora da presidência (enquanto possibilidade), aumentam consideravelmente suas chances de ir muito mais longe em suas carreiras do que aqueles que pensam somente em se manter como vereadores. Isso é realmente muito poderoso: a combinação de uma intenção prévia que pensa longe e grande, com um evento final com data marcada para acontecer.

Como o empresário do Novo Empreendedorismo pode utilizar esta dinâmica para tornar rica e grande a sua empresa? Qual seria o equivalente da carreira política para uma carreira empresarial? Quais seriam os eventos intermediários e o evento final que um empresário poderia alcançar?

O menor porte de uma empresa, equivalente à nossa comparação ao status de vereador, segundo a legislação vigente, é a empresa denominada “empreendedor individual”, cujo faturamento anual deve ser igual ou inferior a R$ 60 mil. E o maior porte, equivalente à instituição de presidente da República em nossa comparação, é a grande empresa que, segundo a classificação de porte adotada pelo BNDES e aplicável a todos os setores da economia, é aquela cuja receita operacional bruta anual é maior que R$ 300 milhões. Os portes intermediários, equivalentes aos diversos status da carreira política (deputado, senador…) são micro, pequena e média empresa.

O segredo é começar pequeno com a intenção prévia de se tornar grande. Ter em mente como evento final, como tem o vereador de que pode vir a ser presidente da República, tornar-se presidente de uma rica e grande empresa.

Isso parece inspirador e assustador. Para a maioria dos empreendedores soa mais assustador que inspirador. Eles não conseguem se enxergar nesta posição. De um lado, estão acostumados a pensar pequeno. De outro, montaram suas empresas como uma extensão de suas profissões. Personificaram a empresa e acham que o sucesso do empreendimento depende deles colocarem a mão na massa, pois só eles fazem com a qualidade que precisa ser feita para satisfazer o cliente. Ficam presos no operacional. No “como fazer”. Ainda não encarnaram o papel de empresário. E menos ainda de presidente!

Para o empresário do Novo Empreendedorismo isso é um norte. Um curso a ser seguido. Seu olhar está sempre mirando o crescimento contínuo para chegar ao topo empresarial: a grande empresa. Ele pode até não chegar lá, mas, com essa intenção, chegará muito mais longe, em termos de porte e financeiramente. Irá muito além de ter que matar um leão por dia.

A carreira empresarial para ele está clara: a ascensão de porte ao longo do tempo.

Seu mantra é: eu quero ser empresário… rico e feliz!

Joel Fernandes é autor, entre outros, do livro “Os segredos do Método do Presidente” e do site www.metododopresidente.com.br

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