A importância das organizações na promoção da saúde mental

Por Anna Maria Buccino, gerente das áreas comercial e serviços na Vetor Editora* 

Chegamos ao fim do primeiro mês do ano de 2024, o mês de janeiro, que traz consigo uma aura de renovação, de mudança, de novas perspectivas. Um mês que chega também com muitas expectativas criadas com as famosas resoluções de fim de ano, os sonhos que desejamos realizar, os planos que desejamos concretizar.

Junto com todas estas expectativas chega uma carga de responsabilidades, de cobranças e de ansiedades. Por tudo isso, desenvolver debates e ações em prol da saúde mental torna-se cada vez mais relevante para que as organizações consigam realizar seus projetos, contando com colaboradores envolvidos e estimulados a realizar os trabalhos e a desenvolver novas ideias.

Com o intuito de colaborar com essa agenda, em 2014 o psicólogo Leonardo Abrahão criou a campanha Janeiro Branco, trazendo e estimulando a conscientização sobre a saúde mental, uma pauta relevante e necessária não somente no mês de janeiro, mas durante todo o resto do ano.

Desde então, muitas práticas vêm sendo realizadas por profissionais da psicologia e outras áreas que se relacionam com o tema. E, nas empresas, o departamento de recursos humanos vem se envolvendo cada vez mais para elaborar estratégias que sejam assertivas e levem a ações construtivas.

Quando falamos em saúde mental, percebemos que não se trata de um tema a ser debatido somente por profissionais da saúde, na medida em que todos temos de trazer essa conscientização à tona para trabalhar na preservação de nossa própria saúde mental e colaborar para ajudar nossos familiares, amigos, colegas e a sociedade como um todo. Independentemente do papel que desempenhamos, não importa se somos CEOs, gestores, assistentes, operários, etc.

Para as organizações, torna-se fundamental a adesão ao movimento, também fazendo uma análise dela como organismo vivo e pensando em como está sua própria saúde emocional e mental.

Como a empresa está se exigindo em termos de desempenho, de produtividade, de racionalidade? Será que está deixando espaço para a espontaneidade, a leveza, a criatividade? Sua cultura exala excessos de exigências, de métodos, de rigidez?

Essa é uma análise relevante no sentido de promover campanhas que incentivem o movimento Janeiro Branco e, principalmente, no sentido de as organizações refletirem se estão apenas falando sobre o tema ou se estão efetivamente realizando ações e abrindo espaços para que seja possível aos seus colaboradores falar abertamente sobre essas questões.

A organização, quando age como protagonista na disseminação da cultura da atenção à saúde mental, torna-se, também, responsável por disseminar esse olhar na sociedade, pois começa a se formar uma espiral virtuosa, a qual, com pequenos movimentos, começa a levar a ideia para a sociedade.

Os colaboradores que trabalham em uma organização com a cultura de cuidado com a saúde mental começam a levar a ideia para seus familiares, que levam para seus amigos, que levam para suas organizações. O debate começa a se tornar cada vez mais recorrente, quebrando paradigmas, tabus e tornando natural abordar temas que antes poderiam constranger algumas pessoas.

Quando um CEO fala abertamente sobre o momento em que sofreu de depressão, de tristeza, quando ele se mostra vulnerável, isso o aproxima de todos os colaboradores que atuam na organização, fazendo que as pessoas percebam que todos somos suscetíveis a passar por alguma situação de dificuldade e que a liderança se abra para acolher melhor os funcionários que possam apresentar um quadro similar. Isso estimula a abertura, a conversa, eliminando um fardo que algumas pessoas podem estar carregando silenciosamente por medo de preconceitos, de retaliações.

Adotar ações práticas em prol dos cuidados com a saúde mental faz muito bem para a saúde mental e emocional dos colaboradores e da organização. Um movimento adequado para empresas que desejam crescer saudáveis, vigorosas, criativas.

 

*Anna Maria Buccino atua como consultora organizacional e gerente das áreas comercial e de serviços na Vetor Editora Psicopedagógica. Administradora de empresas, especialista em Psicologia Positiva e Gestão de Marketing de Serviços, com formação em Chief Happiness Officer e estudante de pós-graduação em Neurociência Aplicada ao Desenvolvimento de Pessoas e Organizações. 

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