Microcrédito vira alternativa para que mulheres abram seus próprios negócios

Linhas especiais ajudam mulheres chefes de família na hora de investir. Elas já representam  48,4% dos clientes de microcrédito no Sul do país

Mulheres chefes de família têm encontrado no microcrédito uma alternativa viável para acessar recursos financeiros com menos burocracia. Em Santa Catarina, o Banco da Família é uma instituição pioneira nessa iniciativa, e vem estimulando linhas de crédito especiais para mulheres que querem abrir seus próprios negócios, já que encontram muitas vezes dificuldades em conseguir empréstimo em bancos tradicionais,

De acordo com levantamento da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), no ano passado 48,4% dos clientes de microcrédito nos três estados do Sul do país eram mulheres.

Essa linha de crédito possibilita, por exemplo, que mulheres de baixa renda invistam em pequenos negócios, como vendas de produtos ou prestação de serviços, que muitas vezes são a principal fonte de renda do lar. Essa realidade faz parte da vida de cerca de 45% das famílias brasileiras que são chefiadas por mulheres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No caso do Banco da Família, instituição de microfinanças que inicialmente amparava empreendedores formais e informais de Lages, na Serra catarinense, e que hoje está presente em mais de 210 municípios do Sul do Brasil, além das linhas de crédito especiais, também são oferecidos programas de treinamento e capacitação para ajudar as mulheres a desenvolver seus negócios.

Nos três estados do Sul, onde mantém suas operações, mais de 53% dos 25,9 mil clientes são mulheres.

Nesse sentido, as mulheres são prioridade em todas as áreas da empresa. Isso se reflete no número de mulheres que ocupam cargos de liderança na organização, bem como na forma como as mulheres são atendidas como clientes. O Banco da Família tem um quadro de 150 colaboradores, dos quais 84% são mulheres. Em relação aos cargos de liderança, o Banco possui uma diretoria 100% feminina, com metade dos postos de gerência ocupados por mulheres e outros 70% como líderes. Nos cargos de supervisão elas representam 87% nas agências e 57% na sede.

Isabel Baggio, presidente do Banco da Família, explica que desde sua fundação a instituição apoia o desenvolvimento feminino, encorajando mulheres a se fortalecerem e buscarem posições de destaque na sociedade. Para isso, a instituição vê de forma positiva a diversidade de gênero e a liderança feminina. Segundo Isabel há características significativas no perfil feminino que contribuem para a aplicação da metodologia de trabalho, que é personalizada.

“Habilidades comportamentais, como empatia, sensibilidade, criatividade, visão sistêmica e atenção aos detalhes, são essenciais em nosso processo de análise e liberação de crédito. Além disso, as mulheres têm mais habilidades para ensinar e desenvolver seus liderados, foco nos resultados e visão estratégica”, finaliza a presidente.

Facebook
Twitter
LinkedIn